maio 24, 2019

Silêncio

Por Elisabeth Santos



Silêncio, ele está dormindo...

Quando se faz silêncio total dá para desconfiar, e perguntar-se: _ Em que mundo estaria eu?
Mas no mundo do silêncio não se ouve nada, nem pensamento. Então pra que perguntas, se as respostas não virão? É por isso que o som é sinal de vida. Vida brotando, crescendo, se esparramando, e depois se arrefecendo. O silêncio, ausência de vida seria a paz, o descanso eterno para uns, a interrupção inesperada do agito diário para outros. Este desligar-se surpreende e faz mal. Traz uma porção de “por quês” com variadas respostas que sobreviventes aceitam “por obrigação”. O dever de dar-se continuidade ao que está sendo construído no aqui e agora, não fala mais alto, grita!

Assim sendo vemos, ouvimos, fazemos uso de toda nossa capacidade e diversidade de sentidos por uns tempos. Após este viver, resta-nos o silêncio. Aos que ficam... as lembranças.

Boas, mais ou menos, e ruins poderão durar muito mais tempo do que foi contado e medido no calendário terrestre.

Daí vem a importância de não se medir, pesar, contar nos dedos ou ábaco o tempo de vida de alguém que se foi. Vidas de um, ou de minutos incontáveis poderão transformar a pessoa, ou até mesmo o mundo da qual ela faz parte.

Se tivermos chance de idealizarmos um mundo melhor, através de pensamentos, atos e missões cumpridas vamos tentar! Se conseguirmos concretizar algo neste sentido, tanto melhor. Depois que virarmos números em estatísticas diversas, ainda assim fizemos parte do que hoje existe.

E não é pensando no que fomos, nem no que viveremos.

O momento presente deverá ser tido, e vivido como um presente de Papai Noel: _Surpreendente!

Certezas sobre o futuro não haveremos de ter.


Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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