março 11, 2016

Fuxico

Por Elisabeth Santos

Fuxicos da amiga da Beth.

Recebi telefonema de minha amiga perguntando se eu sabia quem estava com a máquina de fazer fuxico dela. Respondi que não, mas perguntei-lhe antes quais as características deste tal aparelho que faz fuxico.

Amaraliz foi descrevendo: _ Trata-se de algo bem simples, mas de grande efeito. Faz fuxico de vários tipos e tamanhos. Tem a vantagem de se poder carregar para todo lado. Parece uma caixa comum, mas quando você abre, se estende, fica poderosa.

Se não fosse pelo nome “fuxico” eu afirmaria ser ela uma engenhoca perfeita para os novidadeiros.

De fuxico em fuxico, emendando-se, rapidinho forrava-se uma mesa; cobria-se uma cama; escondia-se a desordem da estante; fazia-se um xale ou outro acessório transformador de aparências. Minha amiga estava certa ao procurar com quem estaria a criadora de novos fuxicos. Dispus-me a ajuda-la:

_ Quem sabe você deixou no clube das tricoteiras? Esqueceu que emprestou a alguém que trabalha com fuxicos? Guardou como se fosse segredo, mas agora que precisa fazer uns fuxicos não acha?

Resolvemos então fazer um cartaz bem objetivo para divulgarmos nos locais que frequentávamos: “Procuro minha maquininha fuxiqueira para distrair-me no período de repouso. A quem encontrou peço que me avise pelo telefone, e irei busca-la onde estiver. Recompensarei a devolução com minha produção mensal de fuxicos”.

Analisando o texto, achamos por bem redigir outro, sem oferecer a recompensa:

“Tendo esquecido um aparelho fuxiqueiro neste local peço, a quem o tenha encontrado, que me devolva. Não fico bem sem fazer fuxicos”!

E após várias tentativas de acerto num anúncio claro, sem duplo sentido, com muito esforço escrevemos assim:

“Comunico aos amigos (as), que de hoje em diante não faço mais fuxicos em série, à maquina, pois esta sumiu. Quem quiser que faça seus próprios fuxicos!”

Inda restou uma dúvida para Amaraliz: divulgar ou não o comunicado na sua rede social?

_ Faz isso não amiga!

Aprendendo a fuxicar.



--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leave your comments here.