Coleção de quebra-nozes da família. |
O quintal da minha infância ainda tem uma nogueira. Entre a bifurcação de seus dois troncos foi encaixada uma tábua que serve de banco, para as crianças sentarem e saírem bem na foto.
A outra utilidade dessa nogueira são os frutos que caem recobertos de uma casca preta quando maduros. Dentro, a casca resistente e enrugada, protege a deliciosa e versátil noz.
Abri-la não é tarefa fácil. Mas, se por perto houver porta ou janela de dobradiça, surge o primeiro quebra noz. De creque em creque vai se estragando o fechamento da porta. Quebra noz, além disso, impossível de se transportar de um a outro lugar, fez ativar a inventividade das pessoas.
Há quem abra nozes com as mãos, pedra, martelo, faca ou outro instrumento qualquer. Há também quem pesquise a melhor maneira de tirá-las inteiras de suas cascas. Há quem fabrique e embeleze o instrumento; e até quem os colecione!
Quanto às receitas culinárias, são tantas quantas as pessoas, que apreciam o sabor das nozes. Não se trata de um exagero, pois trituradas, acompanham pratos salgados ou doces, de saladas a sorvetes, alimentando todo mundo.
O conto natalino “O quebra nozes” de Hoffmann inspirou Tchaikowsky a compor um dos ballets mais famosos que existe. Cheio de encanto e magia tem a menina Clara como principal personagem. Seu presente de Natal foi um quebra nozes em forma de soldadinho.
Toda essa criatividade e beleza em torno de um simples artefato de utilidade doméstica nos mostra um pouco do significado das nozes nas mesas de Natal.
Que cada interessado possa descobri-lo!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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