Reúnem-se boêmios na batucada dos temas que “vão dar samba” e num repente alguém foge do que foi combinado e nasce o melhor, o mais popular, inesperado, original dos sambas!
Não tem receita mesmo. Estar aberto a novidades assim surgidas é o primeiro passo da busca inspiradora. O segundo seria a receptividade da roda ali formada. As ideias brotam, as notas musicais sequenciam naturalmente, os arranjos nascem com, ou sem ajudas e dessa parceria ilimitada surge o que todo mundo ouvirá em breve.
Ouvirá, cantará ou dançará, não importa como pegou se virou sucesso. Sucesso, não raro, faz deslanchar carreiras artísticas.
Hoje eu queria compor o samba da crioula doida ou, melhor dizendo “o samba da afro-descendente com problemas mentais”. Vou embolar assuntos, mexer com a imaginação, soltar as rédeas da criatividade, esquecer a censura interna que fica a policiar-me o tempo todo. É um tal de “menina de família não diz certas coisas”, “refaça a frase para que tal segmento não se sinta ofendido”, “repense o significado dessa palavra”, “olha a censura”, detalhes sem fim.
Colocando tudo isso na balança do bom senso, haveria de sair o Samba de Meia Nota Só.
Não terminarei este texto sem revelar minha “quase” inspiração musical:
“Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou”, Luis Inácio foi cabal: são muitos os ladrões lesando o tesouro nacional!
Então “Que país é esse?”
Já sei “Esse pode ser o país de qualquer um, mas não é com certeza o meu país.”
Será que “Vou-me embora pra Passárgada...”?
Ou grito “Jesus Cristo eu estou aqui!”
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Acho que vão multar-me por plágio, então é melhor ficar quieta. Parece que tudo já foi
dito, cantado, dançado, mais que avisado.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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