Quadro de Elizabeth sobre a via do Padre Vítor. |
Francisco de Paula Vítor nasceu na cidade da Campanha no dia 12 de Abril de 1827, filho de uma escrava e de pai desconhecido. Embora não se tenha provas concretas da casa onde Justiniana Lourença deu à luz o menino, este passou sua infância no no 266 da Rua Direita, onde residia sua madrinha de batismo. Vítor nunca foi escravo e pode aprender a ler e escrever. Jovem foi aprendiz na alfaiataria do mestre Inácio.
O rapaz, trabalhador correto, obediente e católico, confeccionando batinas, mostrou interesse em se tornar sacerdote. Ao expor seu anseio ao mestre do ofício de Alfaiate ouviu uma frase nada animadora: _ Isto só acontecerá quando “galinha criar dente”!
Assim mesmo não desistiu da ideia, e numa conversa com a madrinha, manifestou essa sua vontade.
Durante a visita do Bispo de Mariana à Campanha, Vítor recebeu uma orientação: que aprendesse Latim e música antes de tentar os estudos no Seminário daquela cidade.
Então fez a viagem a cavalo levando enxoval e dinheiro para as primeiras despesas, tudo doado por sua madrinha. Foi bom aluno conseguindo concluir o curso e receber as ordens canônicas no Seminário da cidade de Mariana. Lá, em muitas ocasiões, foi discriminado e humilhado por colegas brancos e tidos como bem nascidos. Vítor foi ordenado padre na Catedral da Campanha, onde também celebrou a primeira missa. Dizem que nessa ocasião visitou Mestre Inácio, que lhe falou:
_ Errei ao duvidar que o Senhor Reverendo pudesse chegar a ser ordenado, e pela minha incredulidade peço-lhe perdão.
Foi perdoado.
Padre Vítor seguiu para Três Pontas onde foi vigário por cinquenta e três anos. Lá ficou conhecido como Padre Santo por suas virtudes e trabalho incansável em prol dos fiéis. Caridoso, chegava a dormir no chão e alimentar-se mal, para ajudar os mais necessitados. Os pobres batiam à sua porta para pedir todo tipo de auxílio. Em determinada época sua dívida no comércio local ficou impossível de ser saldada! Foi necessário juntarem-se esforços dos moradores da cidade para ajudá-lo.
Por sua vida dedicada a Deus, à Igreja e ao próximo seu nome foi indicado para a beatificação.
Passadas muitas décadas, e mais de um século de sua morte, mesmo os fiéis o considerando Santo, ainda não foi Sagrado pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Ao certo ninguém sabe o porquê.
Independente de estar no altar, fiéis conseguem graças e milagres de Deus por seu intermédio.
No aniversário de seu falecimento, uma multidão de romeiros vai homenagear Padre Vítor em Três Pontas. Vem de todo o país, mas principalmente de São Paulo e Minas. No monumento à sua memória consta: ”Sua vida- foi um Evangelho- Sua memória, a sagração de um exemplo vivo. - Homenagem ao valor e à virtude, 1929."
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
Padre Vítor tem muitos devotos. Gosto da história dele que poderia ter outros títulos: _"a diferença que uma MADRINHA pode fazer na vida de alguém" , é um dos títulos q. eu daria. Beth
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