julho 03, 2012

Geração Y e trabalho

Marc Beaudet, published at Journal de Québec on January 22, 2008.

Se a frase “quando eu não estou na empresa eu não eu estou trabalhando” combina com sua vida profissional, eu posso então afirmar que você não é da geração Y. Nascidos entre os anos de 1977 e 1998, agora eles estão sendo chamados de “nativos digitais”, ou seja, alguém que nasceu na era digital. Também por esse motivo, eles se relacionam (se conectam) de modo diferente com o trabalho.

A geração mais estudada até o momento não é do tipo que busca conforto no emprego, eles estão em busca de reconhecimento, aliás essa característica ficou clássica, virou piada e nome de livro americano de gerenciamentosobre essa geração. Ela diz respeito ao comportamento nos jogos de equipe: “todos jogam; só um time vence, mas todo mundo recebe medalha”. Se você é das gerações anteriores deve estar sorrindo (ou com inveja), pois sabe muito bem que isso não acontecia de jeito nenhum no seu tempo. Entretanto você reconhece que isso faz parte das vivências dos seus filhos e/ou dos seus netos.

As consequências dessa atitude acompanham toda a existência de uma pessoa e vão com ela para o local de trabalho. Aliás, o local de trabalho é um fator importante, porque às vezes você está trabalhando, mas você não está “no trabalho”, na empresa. Soa estranho para alguns, gera fadiga mental em outros, mas quando um nativo digital pensa em trabalho ele está vinculado à vida dele, ou melhor, são a mesma coisa. Eles não tem problema em ir à um evento de moda no final de semana para ver de perto a coleção do estilista que vai ajudar no trabalho da empresa.

Enquanto você tenta gerenciar sua vida pessoal com os relatórios de fechamento do mês,  é tranquilo para eles ficar duas horas a mais no escritório. Porque amanhã vão querer chegar mais tarde para fazer algo pessoal e o trabalho simplesmente “não funciona” para eles se atrapalhar os encontros com os amigos. A propósito, entenda que, para eles, amigo é família e não adianta você tentar exercer seu poder de chefe. Se forçar, vai ouvir “nem com aumento, ou melhor, pode até fazer um corte que eu não venho amanhã mesmo!”

O trabalho para eles não é algo sobre “fazer dinheiro”, mas como obter dinheiro fazendo algo bom. Eles (de verdade) se importam com as causas nobres, por exemplo, com os cuidados com o nosso planeta. Lembre-se que ouviram isso na escola desde o primeiro dia de aula. Inclusive eles começaram a frequentar estas instituições muito cedo, pois são filhos de pais e mães que trabalharam fora.

Outras vezes filhos de pais separados, usaram a criatividade para se desenvolverem e agora são mais espertos e confiantes que você. Eles também tem facilidade na visão de conjunto, incorporam a tecnologia como sendo eles próprios, reinventam regras, não se importam com as instituições, são individualistas apesar de trabalharem bem em equipe. Trabalhar em grupo é outra característica aprendida na escola, porque professores com jornada dupla (ou tripla), não conseguiam corrigir avaliações individuais.

O tempo vivido com os colegas da escola e o tempo na frente de algum aparelho eletrônico consolidaram a facilidade que tem nos relacionamentos interativos e virtuais. Eles também convivem bem com a diversidade, são rápidos em várias tarefas, tem altas expectativas e aprenderam tudo sobre sustentabilidade.

Então considere que você detectou a necessidade de implementar a reciclagem de lixo na empresa, então você fala “precisamos fazer um planejamento para engajar as pessoas nessa ideia”. Nada de errado, mas um nativo digital escuta isso e logo pensa “Hum, eles precisam fazer um plano pra isso? Essa empresa não parece boa para mim!”

1. Livro: Not everyone gets a trophy, how to manage Generation Y, Bruce Tulgan.

Escrito por Isabela, publicado no blog R|R Gestão de Pessoas em agosto de 2012.

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