março 02, 2018

Outra vida

Por Elisabeth Santos


Numa conversa despretensiosa surge a questão sobre quem ali acreditaria em outra vida. O primeiro a falar, aumentou a dúvida: _ Depende da espécie de vida que quisermos abordar.
 
Daí para frente todos tinham um palpite.

Um disse que estilo de vida poderia ser considerado outra vida. Afinal alguém que enriqueça subitamente pode querer levar outra vida.

Aquele que obtém uma elevada posição sócio econômica, da noite para o dia, terá a partir de então vida diferente, ou até divergente da que tinha.

Quem comete um crime, arrependido muda de vida...

Quem vive dubiamente...

_ E a respeito de vidas passadas?

Um tanto de gente queria falar. Um dizia ter certeza de algum dia ter sido um faraó egípcio, pelo tanto que apreciava a extinta cultura. Outro afirmou que pelos seus sonhos repetidos, se achava um imperador romano. Ninguém ali se lembrava de ter sido um modesto lavrador, construtor, ou até mesmo escravo.

Até que alguém quis falar sobre a vida após a morte. Sem entrar no assunto evitado em roda de amigos, que é a crença religiosa pessoal, muitos externaram suas convicções e dúvidas também.

Ninguém ficou por fora do assunto. Queriam narrar causos ouvidos, presenciados, sonhados, imaginados; histórias lidas, vistas em filmes, ou em debates televisivos; experiências pessoais; e também alguns fenômenos inexplicáveis pela ciência.

A questão se resumiu numa única: _ Por que não nos é dado conhecer aqui o que existe do lado de lá?

O assunto rendeu mais uma hora, entre os que diziam que ninguém voltou fisicamente para relatar; e os que testemunharam ter visto sim.

Os ânimos se acalmaram ao ouvir a seguinte resposta:

_ Não me é dado conhecer o que há depois de morto, porque se for afirmado que lá é bem melhor, vou querer ir. Se me disserem que será ruim... terei de ir assim mesmo.

Fim do “papo”!


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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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