Por Elisabeth Santos
“O trem ficou ruço quando assumi o volante da montanha
russa!”
....
Cheguei numa cidade que possuía o melhor parque de diversão do mundo. Ouvi a explicação de um guarda: _ Você vira a primeira rua à sua esquerda, anda dois quarteirões para virar à direita...
Eu ansiosa: _ Então é lá?
Ele muito atencioso:
_ Não. Em seguida você anda um quarteirão, e vira a
esquina para o lado esquerdo...
Eu: _ Aí chego ao parquet?
De novo o atencioso e muito calmo guarda de trânsito:
_ Daquele ponto você avista o Parque aonde quer chegar.
Lá fui eu seguindo direitinho a instrução recebida.
Ocupei o lugar no trem, o profissional travou meu cinto
de segurança, e em poucos minutos foi dada a partida. Existia um falso volante
em frente cada cadeira e testei-o. Achei divertido! Mexia pros lados, pra cima
e pra baixo.
O trem começou a subida. Num instante já disparava
numa louca descida, e sentindo o frio na barriga, agarrei-me ao volante. Acho
que associei aquele brinquedo à direção do meu carro, mas fiquei apavorada
quando percebi que ele não obedecia meu comando. De rabo de olho chequei a
reação dos meus companheiros de viagem, pois eu não queria demonstrar
insegurança ou medo. Eles estavam de olhos bem fechados, e de boca bem aberta
como se estivessem gritando. Eu não sabia ao certo se gritavam, ou não, por
causa dos outros sons, principalmente das rodas nos trilhos. Só não vi faíscas!
Daí pra pior senti que o trem chacoalhava como se
estivesse num caminho em ziguezague. Nesse trecho minhas mãos ardiam de tanto
apertar o falso volante. Sem conseguir raciocinar com tanta rapidez quanto a
velocidade daquele veículo... não tinha certeza se seria o trem ou o meu carro
perdendo a direção!
Então chegou a parte pior: o rapidíssimo momento em
que a montanha russa escreve “Ó” e todos os passageiros festejam. Eu comemorei
o fato de ainda poder gritar “Ó” em uníssono aos colegas de aventura. Mais
algumas voltinhas na desaceleração, e a viagem chegou ao fim. Mesmo querendo
muito não consegui tirar a trave de segurança. Saí dali zonza.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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