dezembro 15, 2017

Romaria à Aparecida

Por Elisabeth Santos

Católicos do Brasil tem como padroeira Nossa Senhora Aparecida, e a devoção os leva a ir até o Santuário, em Aparecida do Norte, pelo menos uma vez na vida.

Aqui do Sul de Minas, todo ano, saem romarias a pé até aquela cidade, para agradecer bênçãos recebidas; pedir alguma graça especial; e também pagar alguma promessa feita.

E lá vai a Romaria.

Quem foi uma vez acaba voltando noutras oportunidades.

Depois de uma boa caminhada, a primeira parada, saindo de Campanha, é em Olímpio Noronha. A cidade oferece aos romeiros uma Creche onde possam jantar da marmita que trouxeram, e dormirem nos colchões tirados do caminhão. Aliás, neste tem tudo que possam precisar: mantimentos; pão; medicamentos; fogão; utensílios de cozinha; e a mala de cada um.

A bandeira com a imagem da Santa vai à frente. Em seguida vão os grupos, sendo que a equipe do trabalho, embora com a mesma devoção, segue pelo asfalto dentro do caminhão. Estes são os que se deitam a descansar mais tarde que os outros, e às duas horas da manhã já estão arrumando a primeira refeição do dia.

À medida que a turma acorda, se alimenta, e tendo água encanada, ajuda a lavar as canecas.

O almoço geralmente é em outra parada, por isso o caminhão ultrapassa os caminhantes, monta a cozinha, pega água na nascente, e ao chegarem os caminhantes encontram tudo pronto. Comem com gosto, daquela comida caprichada, feita com tanto carinho.
Estão no município de Maria da Fé, o clima mais frio nas Minas Gerais. Chegando à cidade, os romeiros são recebidos no Clube onde farão a refeição, e a pousada. Descarregam o caminhão novamente. Voltam a carregá-lo antes do amanhecer. Ninguém reclama. É a penitência escolhida por eles, prosseguem satisfeitos, e dispostos a subir a Serra da Paciência, tão íngreme quanto tortuosa. A Bandeira, novamente à frente, lá no alto aguardará a turma reunir-se, pois nesse trecho mencionado, cada qual vai ao seu ritmo.

E a Romaria segue o roteiro, a mesma rotina, levando um pouco mais de cansaço ou pés mais doloridos. O que têm sobrando é força de vontade, fé e devoção à Padroeira.
Enfim a última parada, e o tão sonhado momento de chegar ao Santuário!

Ajoelhados rezam juntos.

A despedida é no Terminal Rodoviário, após pegarem cada qual sua bagagem no caminhão. Em poucas horas estarão em suas casas, ao lado dos familiares, contando detalhes e causos curiosos da Peregrinação.

Ninguém duvide que alguns estarão fazendo planos para o próximo ano, juntamente com esses colegas de agora. É por isso mesmo que há quem faça esse caminho até Aparecida anos seguidos: vinte, trinta e cinco, e quase cinquenta!

Ninguém se arrepende do que escolhe definitivamente, de corpo e alma. Tudo em louvor à Senhora Aparecida, padroeira do Brasil!







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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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