Por Elisabeth Santos
Encarar como novo o dia que estou vivendo: página em
branco onde escrevo o que desejo.
Não olho para trás, nem pros lados. Sigo em frente
determinada sobre o que almejo para o novo dia, e os seguintes.
Vou só, por um caminho nunca trilhado, pois a vegetação
não é a mesma; a água que corre por debaixo da ponte onde estou também é outra.
Disposta a livrar-me das velhas frases, fases, azes...
deixando asas crescerem para um voo imaginário em céus nunca antes sobrevoados.
Assim começo minha nova vida diante de um novo dia que
amanhece. Não se trata de recomeço, pois não pretendo conseguir as mesmas
coisas de uma maneira diferente. Entrego-me a algo não vivido, com nova mente,
mas não novamente. A consciência do que quero, e do que aprendi nos erros e
acertos das experiências vivenciadas anteriormente, guiam-me. Nada sei do
território que estou pisando, dos segundos que o tempo percorre, da água que
beberei. No instante certo, a flecha certeira do pensamento porá em minha boca
a palavra certa.
Penso, logo existo.
Penso e não desisto.
Penso e insisto.
Insisto em mostrar-me como sou, em verbalizar o que
sinto, em escrever o que está no meu direito.
Gostaria muito que seres humanos não estivessem se gladiando,
destruindo o que de bom já foi construído, destruindo o planeta. Penso nas
gerações que virão, mas não verão as coisas bonitas que vi.
Como seria bom se cada povo se respeitasse, com
respeito a todos os outros povos, a respeito de posse, território, costumes,
espiritualidade, cultura etc.
Seria ótimo para todos que houvesse uma aceitação das
diferenças.
Tudo isto, não seria tudo, mas meio caminho andado.
Nada poderia barrar pensamentos diferentes sobre o contexto, mas quem sabe
pudéssemos entrar num acordo? Parece que quanto mais conhecimento de causa,
mais medidas contrárias aos desejos humanos afloram.
Da mesma forma que uma mente sã estaria num corpo são, não pode haver uma convivência sadia num planeta em destruição.
E como está difícil atingirmos um nível de
compreensão, ação para salvá-lo, salvando-nos!
Sobreviverão os
que se adaptarem melhor à ordem do dia, que muda a cada dia.
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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