Depois que bingo e rifa beneficentes passaram para a denominação “Ação entre Amigos” o controle sobre “Arrecadações Informais” ficou facilitado.
Um bingo realizado nesse molde, numa comunidade, poderá ser uma diversão para a família toda!
Organizar um bingo para ajudar uma causa nobre dá trabalho sim, mas as pessoas auxiliam com boa vontade:
O local geralmente é em salão emprestado, ou barraquinhas montadas em praça pública; as prendas oferecidas pelo comércio local; cartelas vendidas em bloquinhos, de porta em porta; e no dia e horário coloca-se um bom cozinheiro a fritar pastéis para ganhar-se um dinheirinho extra, e não deixar ninguém faminto.
O voluntário que vai “cantar” os números sorteados há de ter voz incansável: inicia nomeando a letra da coluna onde se encontra o número; fala ao microfone pausadamente; repete para evitar confundirem os sessentas com os setentas, e ainda faz umas brincadeiras:
O número vinte e dois é lembrado como “dois patinhos na lagoa”; o trinta e três, como “idade de Jesus”; o cinquenta e um faz alusão a “uma boa ideia”, e vai por aí afora.
Quanto às rifas, mesmo sob o nome de “Ação entre Amigos”, se assemelham a jogos de azar. Cem bilhetes vendidos para uma pessoa só ser premiada! Quase não dá trabalho organizar-se uma rifa beneficente. As pessoas não se encontram para uma diversão; não degustam pastéis com refrigerante; não anseiam pelo número que sairá ali na hora.
E para piorar a situação, se o prêmio não sair para bilhete vendido, poderá ser organizada nova rifa, com nova venda de bilhetes, e a mesma premiação.
Para alguns... Seria mais “ação de inimigo para amigo” que a legalizada “Ação entre Amigos”.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".