O
corcel 77, cor de tijolo, chapa preta, todo original e nos trinques saiu da garagem! Ali era sua vitrine. Os que passavam
na rua a pé admiravam sua integridade física; os que passavam motorizados
voltavam os olhares para a raridade que ele representava; os entendidos em
carros antigos o elogiavam, e os jovens, mesmo achando aquele corcel
majestoso... não queriam saber de dirigí-lo, estacioná-lo e muito menos
lustrá-lo. Achavam o grandalhão complicado, e olha que em 1977 ele era considerado
médio!
Foi
então que seu proprietário resolveu trocar o Corcel num Pálio 1998 que pudesse
ser dirigido, estacionado e lavado facilmente. O corcel mudou-se da
garagem/vitrine para o estacionamento/ vitrine de carros usados de uma revenda.
O Pálio tomou seu lugar.
Na
primeira voltinha com o seminovo, foi possível detectar que suas portas abriam
e fechavam com um barulho chocho. Precisava de borrachas novas.
Na
primeira chuva o porta malas inundou. Foi para o funileiro que encontrou um
orificiozinho. Ao começar a solda... na verdade era um buracão.
Na
primeira ida para a roça, tinha mais poeira dentro do que fora do carro.
Melhor
fazer uma revisão total. E lá se foi o Pálio para uma boa temporada de toques e
retoques. Quase irreconhecível, fez a alegria dos jovens, que o mimaram por uns
bons anos com: tapetes da hora, capas
de estofamentos irados, volante
esportivo, rodas de magnésio, aparelhagem de som, e outros demais acessórios.
Também no mundo automobilístico: Nada é
perfeito!
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O corcel foi para outra coleção. O pálio depois de totalmente revisado, e com pneus novos, virou um ótimo "leva e traz" pra baixo e pra cima, com tempo bom ou ruim, em estrada de asfalto ou não.Beth.
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