setembro 19, 2014

O direito do direito

Quadro naif da Beth.

Daqui a pouco estarão inventando mais esta: o direito do direito.

Não bastou legislar, criar o código penal, a jurisprudência. Há leis para tudo e estão criando a cada dia mais e mais leis. Mesmo não sendo válido alegar-se desconhecimento delas, o que vemos é infração, desrespeito, abuso de toda espécie.

É para se usar o cartão de débito/crédito, mas existem casas comerciais que não dão desconto para compra à vista com o cartão alegando terem despesa de 5% com esta venda. O código de defesa do consumidor diz que cartão tem o mesmo desconto, mas quem fiscaliza? O consumidor até que vigia. Há denúncias nas reportagens da mídia frequentemente. E daí? Parece infiltração de água: repara-se aqui, reaparece ali. Há muito tempo se ouve falar de impunidade... e nada. Nada de sanar-se o mal.

Resolvi ser repórter por um dia e perguntar para meus conhecidos se achavam que estávamos necessitando de nova Constituição. A maioria disse não.

Perguntei por que, e eles responderam que nossa constituição é mais extensa que a do país mais poderoso do mundo. Só que lá resolve e aqui a cidadania continua sendo de papel.

Vale a comparação com a brincadeira infantil:

_ Cadê o toucinho que ‘tava aqui?

_ O gato comeu.

_ Cadê o gato?

_ Foi pro mato.

_ Cadê o mato?

_ Fogo queimou?

_ Cadê o fogo?

_ Água apagou!

_ Cadê a água?

_ O boi bebeu!

_ Cadê o boi?

_ Foi amassar trigo!

A brincadeira prossegue, sem nada esclarecer sobre: quem são os culpados pelo sumiço do toucinho, como e quando irão devolvê-lo aos seus legítimos donos.

O direito de reivindicar/reclamar já sabemos ter.

Queremos o direito de sermos ressarcidos.

Está dificil. Por que será?

_Cadê os meus, os seus, os nossos toucinhos, aliás, nossos direitos de consumidores?

_ Foram por aqui (norte), por ali (sul), para cá (leste), para lá (oeste)...

Ao certo mesmo ninguém sabe!



--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leave your comments here.