junho 07, 2019

Trapalhadas

Por Elisabeth Santos

Ficar confuso diante de uma situação nova é comum: pela esquerda ou pela direita; subo ou desço; vai-se de acordo com o mapa da internet ou pelas pequenas placas indicativas; pergunta-se aos transeuntes que rumo seguir, ou não? O endereço é novo, não consta no GPS. Assim vão prosseguindo desnorteadas as pessoas corajosas e munidas de paciência.     

Depois de tanta dúvida, e vai e vem, chega-se ao local do importante compromisso. Ainda bem que prevendo quaisquer outros motivos de atraso chega-se com antecedência. No momento de apresentar documentos pessoais, o primeiro acerto! Em seguida, vem a conferência de outros papéis importantes requisitados, e ninguém acha. A sacola com tudo o mais não está com o grupo. Deve estar no carro, que ficou no estacionamento. Na dúvida, ninguém foi conferir, pois a porta custa a abrir no estacionamento diminuto. Tudo mais ou menos resolvido, porque na entrega do resultado o que ficou faltando será apresentado.

Hora do retorno e o primeiro a entrar no veículo enxerga a sacola artesanal de cor preta, esquecida no tapete preto do carro. Vai pegando e voltando correndo antes que o expediente da firma se esgote, a entrada se feche, e tudo fique a ser resolvido na próxima viagem.

É nesse momento que o diálogo acrescido da boa vontade dos envolvidos faz o embaraço parecer uma anedota. O procedimento burocrático teve de ser repetido em outro formulário. Ainda bem que foi só isto.

Chegando ao outro local de resolver assuntos da mesma magnitude, o recepcionista solicita dados como endereço, número de celular etc. a quem chega. Este diz que falou recentemente com uma moça ao telefone, e ela já deve ter deixado tudo no computador.

Mas não, ali é só o recepcionista de nome Darcy que sempre foi confundido com alguém do sexo feminino e nem se importa mais. Gosta de atender bem, cobre de gentilezas os clientes, conversa, deixa todos à vontade como se estivessem em suas próprias casas.

E todos os formulários foram preenchidos!



Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".



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