Por Elisabeth Santos
Ficar confuso diante de uma situação nova é comum:
pela esquerda ou pela direita; subo ou desço; vai-se de acordo com o mapa da
internet ou pelas pequenas placas indicativas; pergunta-se aos transeuntes que
rumo seguir, ou não? O endereço é novo, não consta no GPS. Assim vão
prosseguindo desnorteadas as pessoas corajosas e munidas de paciência.
Depois de tanta dúvida, e vai e vem, chega-se ao local
do importante compromisso. Ainda bem que prevendo quaisquer outros motivos de atraso
chega-se com antecedência. No momento de apresentar documentos pessoais, o
primeiro acerto! Em seguida, vem a conferência de outros papéis importantes
requisitados, e ninguém acha. A sacola com tudo o mais não está com o grupo.
Deve estar no carro, que ficou no estacionamento. Na dúvida, ninguém foi
conferir, pois a porta custa a abrir no estacionamento diminuto. Tudo mais ou
menos resolvido, porque na entrega do resultado o que ficou faltando será
apresentado.
Hora do retorno e o primeiro a entrar no veículo enxerga a sacola artesanal de cor preta, esquecida no tapete preto do carro. Vai pegando e voltando correndo antes que o expediente da firma se esgote, a entrada se feche, e tudo fique a ser resolvido na próxima viagem.
Hora do retorno e o primeiro a entrar no veículo enxerga a sacola artesanal de cor preta, esquecida no tapete preto do carro. Vai pegando e voltando correndo antes que o expediente da firma se esgote, a entrada se feche, e tudo fique a ser resolvido na próxima viagem.
É nesse momento que o diálogo acrescido da boa vontade
dos envolvidos faz o embaraço parecer uma anedota. O procedimento burocrático
teve de ser repetido em outro formulário. Ainda bem que foi só isto.
Chegando ao outro local de resolver assuntos da mesma
magnitude, o recepcionista solicita dados como endereço, número de celular etc.
a quem chega. Este diz que falou recentemente com uma moça ao telefone, e ela
já deve ter deixado tudo no computador.
Mas não, ali é só o recepcionista de nome Darcy que sempre
foi confundido com alguém do sexo feminino e nem se importa mais. Gosta de
atender bem, cobre de gentilezas os clientes, conversa, deixa todos à vontade
como se estivessem em suas próprias casas.
E todos os formulários foram preenchidos!
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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