Por Elisabeth Santos
Hieronymus Bosch, Os sete pecados capitais e as quatro últimas coisas. 1500 |
O pior pecado capital deve ser aquele com o qual
convivemos, ou o que está mais próximo de nós. Analisemos um a um dos sete:
- A Gula é o desejo insaciável por comida e bebida.
Depois da Psicologia a Gula ganhou outros nomes então nós achamos que sendo
Compulsão, é problema de saúde.
- A Avareza explica-se pelo apego excessivo por bens
materiais. Para os pobrezinhos que vivam próximo dos ricos avarentos é o mais
feio pecado da lista dos Capitais.
- A Luxúria de quem se deixa dominar pelas paixões só
incomoda quem a tem.
- A Ira, no século XXI, transformou-se em “irado”
palavra inofensiva do vocabulário adolescente. Raiva, ódio ou rancor, sinônimos
daquele antigo Pecado Capital denominado Ira, nem sabemos mais o que é. Podemos
odiar as políticas de descaso com o meio ambiente, por exemplo, sem cometermos
o tal pecado.
- A Inveja, quinto da lista dos pecados capitais, que
é o desejo exagerado por posses, será o Pecado Capital que nos levará aos
quintos. Vivemos o capitalismo que estimula o consumismo. Invejamos o carro da
vitrine que os que têm mais dinheiro compram. É uma “inveja branca”, pois nem
passou por nossa ideia roubá-lo, mas o desejamos com todas nossas forças
musculares no trabalho honesto para adquiri-lo!
- A Preguiça é um problema sério a atacar até mesmo o
trabalhador em segundas-feiras desavisadas. Difícil conhecer quem não sentiu
preguiça nem uma vezinha. Já existe o ócio criativo, sua versão muito bem
aceita principalmente por quem precisa de arte para sobreviver. As novas ideias
brotam em suas mentes principalmente quando estão à toa. Daí, trabalhamos até
realizar a obra.
- O Orgulho, ou vaidade, anteriormente conhecida pela
palavra soberba, finaliza a lista.
O orgulho que nos faz andar de nariz empinado, sem
enxergar nossos semelhantes, pode nos levar a pisar num cocô de cachorro e
cairmos sentados na rua, aceitando de ajuda a mão de qualquer um.
O orgulho de sermos íntegros, engajados no bom
combate, de assumirmos nossas qualidades e aceitarmos nossas limitações sem
querer camufla-las o tempo todo como se fossemos pessoas perfeitas, este sim
deveria ser reclassificado. De sétimo pecado da lista da lista dos Pecados Capitais,
despencaria para “Oitava Maravilha da Capitania dos Povos”!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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