outubro 03, 2014

Desafio real e televisivo

Mais um quadro da Beth.

O dia em que o rapaz foi pedir a mão da moça em casamento e ouviu do futuro sogro que não seria bem o tipo que ele queria para sua filha, e que voltasse quando tivesse pensado melhor no assunto, sentiu-se desafiado.

Tratou de arrumar um emprego, deixar as más companhias de lado, para então voltar à casa da namorada, ficar noivo, e marcar casamento.

Este rapaz foi um, que encarou a crítica como um desafio e enxergou sua capacidade de constituir família ao lado de sua amada.

A moça, por sua vez, foi aprender prendas domésticas e ouvir com atenção os conselhos da mamãe, das vovós, das tias casadas, sobre a responsabilidade da vida conjugal.

Pois as coisas não mudaram muito. Pelo menos nas novelas. As cenas do casamento religioso, com a fatídica frase do padre: _ Se alguém tiver alguma coisa contra esse casamento, que fale agora ou se cale para sempre! – ainda é motivo de rebuliço dos convidados em meio à cerimônia. Quem teria? O que seria aquela ”alguma coisa contra”?

E depois do _ ”enfim sós!” Segue a novela com a cena dramática do parto. A jovem senhora recém casada também preparou o espírito para enfrentar esse desafio: não só dar à luz, mas desdobrar-se em cuidados com o filhote, sem descuidar-se de seus outros papéis.

E a novela prossegue com outros tantos desafios para a nova família: o orçamento doméstico, a educação do filho, a manutenção do carro, o lazer do fim de semana, as tentações mundanas...

Aí é que a novela dá mais IBOPE! Se não enredar bastante, ninguém quer ver. Este fica sendo o grande desafio da TV atual: criar “triângulos amorosos” de seis ângulos ou mais, para conservar o telespectador de olho na telinha sem mudar de canal.


Audiência é o grande desafio e para enfrentá-lo... vale tudo!  



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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