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Sabemos de muitos brasileiros que não conseguem emprego depois dos 40 anos devido à idade. A contratação torna-se ainda mais difícil se tiverem passado dos 50, porque os idosos são vistos como lentos, fracos, incapazes e deveriam ficar em casa aproveitando “o merecido descanso”. Apesar de não reconhecido nem falado, o ageísmo, nome dado ao preconceito com a idade, existe no Brasil.
Em muitos países os idosos são produtivos e não ficam esquecidos na empresa exercendo atividades dispensáveis. Por exemplo, nos Estados Unidos o número de contratados com idade acima de 55 anos cresceu 65% em fevereiro1 deste ano . Os idosos são considerados mais produtivos que os jovens e recebem melhores salários.
Vários motivos, nem sempre bons, fazem com que os idosos americanos continuem trabalhando, por exemplo: o alto preço dos remédios e a aposentadoria. Mas também porque o trabalho atual exige cada vez menos força física e, mais importante, o fato de serem socialmente aceitos exercendo atividades remuneradas.
Outros fatores que a cultura brasileira não considera (mas deveria) com relação aos mais experientes, são: a maior capacidade de análise que reflete na tomada de decisões e nos resultados mais sensatos, o baixo custo com treinamento devido às experiências de vida e as qualificações anteriores.
Em geral, eles também são bons ouvintes, sabem quando e o que falar, tem prazer em fazer um trabalho bem feito, são mais eficientes e confiantes inclusive para compartilhar ideias. Eles entendem que trabalhar é mais que receber um contra-cheque no final de cada mês.
Alguns dados do IBGE2 reforçam a importância de eliminar os preconceitos, contratar pessoas mais velhas e integrar as gerações no ambiente da empresa. A expectativa de vida no país chegou aos 80 anos, vive-se mais e com melhor qualidade de vida. Em 2030, a população brasileira terá 172 idosos para cada 100 jovens, sendo que haverá um idoso entre cada 3 trabalhadores.
Eles são responsáveis por 62% dos domicílios no país, a maioria mora nas grandes cidades e 17% vivem sozinhos, ou seja, são idependentes. Mesmo registrando um aumento na contratação de pessoas entre 30 e 39 anos, em dezembro de 2011, 33% das vagas foram para a faixa etária de 18 a 24 anos e somente 5% para quem tinha mais de 50 anos.
Agora, cá entre nós, compare um jovem e um adulto, a agilidade de um e a habilidade do outro. Veja como está a rotatividade no departamento, ou ainda, quanto tempo um funcionário com vinte e poucos anos permanece na mesma empresa hoje em dia? E os mais experientes?
Reflita também sobre a responsabilidade do RH diante dessa questão social. Pense nos benefícios falados, na economia de tempo e dinheiro que um funcionário experiente pode propiciar. Então vai dar mais crédito para essa opção durante a próxima entrevista de candidato.
1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE
Escrito por Isabela, publicado no blog R|R Gestão de Pessoas em agosto de 2012.
"Aqui vai uma pergunta: Você acredita que os americanos, por exemplo tiveram que trabalhar o assunto (a contratação de idosos) com a liderança ou gestores nas empresas? Ou não tiveram essa dificuldade pela cultura?"
ResponderExcluirVeja resposta aqui, http://designsensible.blogspot.com/2013/07/terceira-idade-trabalhando-diferencas.html
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