Por Elisabeth Santos
Se fores perguntar ao que se declara entendido deste
assunto, na certa te responderá que tem a ver com o subconsciente. Sonhos
premonitórios há quem os conte, mas na maioria das vezes a resposta não o
satisfará.
Todo mundo quer saber o porquê de ter tido um sonho
tão real que o fez acordar no meio da noite. Neste sonho, em que tu fazias
contas matemáticas certinhas, lias jornal, conversavas e versejavas, tu
estarias consciente, portanto não sonhavas. Num sonhar dormindo estivestes sem
a consciência total; num sonhar acordado é tudo diferente e válido, por saberes
muito bem o propósito.
Então, afinal, por que algumas pessoas acordam,
lembram-se do sonho e se assustam ao vê-lo acontecer realmente no dia seguinte?
E nem são coisas importantes ou de significado claro. Nada de aviso ou alerta
de novidade. Seriam considerados fatos corriqueiros, bobices, mas lá estará o
fato desenrolando diante dos teus olhos fazendo-te acreditar, ou duvidar: _ Já
vi isto num sonho...
Então adiantaria te programares para saberes qual time
seria o vencedor no jogo de domingo, para apostares, e acertares diante de
amigos? Experimente. Comigo nunca deu certo! Não sei o porquê...
A coisa acontece de repente, ao acaso, sem motivo
aparente. Parece até que sem pressão, ou programação é mais fácil fluir. Não
estar preocupado parece fator preponderante.
Numa madrugada qualquer, quase no horário de acordar
vi, e me lembrei logo mais no café da manhã: Eu estava no campo santo da minha
cidade conversando com meus pais. O que ela falava, eu ouvia e entendia. O que
ele dizia-me eu ouvia, mas não compreendia bulhufas. No instante seguinte,
apareceu uma mocinha, carregando flores. O vestido dela era de saia rodada.
No dia de finados estava eu voltando do cemitério. Na
outra calçada, em direção contrária uma jovem acenou para mim, então atravessei
a rua para reconhecê-la, pois deixei os óculos em casa e não conseguia distinguir
qual de minhas amigas seria. E ela cumprimentou-me, perguntou de minha família,
contentes ficamos em revermo-nos.
Ela era a pessoa que vi no sonho relatado acima.
Trazia um vaso de flores nas mãos, e o seu vestido era o descrito por mim.
Sonambulei? Ainda estou para conhecer outra sonâmbula,
que ande por aí, no espaço e no tempo, para ver uma colega e saber como está.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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