Por Elisabeth Santos
Zion acompanhando a Beth em nas atividades de férias. |
Sempre
tive curiosidade em saber como os animais de estimação demonstram sentimento de
saudade. Saudade é palavra tão específica que nem existe em todos os idiomas.
Se, nem seres humanos sabem direito o que aquela vontade de ter outra pessoa
por perto é, imagino o gato doméstico.
Depois
que voltei das férias e deixei meu companheiro Zion na dele, comecei a receber
fotos no zap: Era o gato deitado na cama que ocupei por lá; Era ele sentadinho
na cadeira de balanço em que eu ficava à noitinha fazendo crochê, à espera do
sono; E de novo o mesmo olhando pela janela, para em seguida correr para
esperar-me à porta.
Pensei
na falta que ele me fazia aqui, mesmo com tantos gatos abandonados rondando
minha cozinha atrás dos petiscos que compro para eles...
Não
era a mesma coisa. Os gatos daqui visitam todas as casas da vizinhança,
passeiam nos muros, sobem no telhado sem escorregar ou cair. Já vi um desses
num poste tentando caçar uma ave, achei que ele não desceria daquela altura e
ele desceu. Topando qualquer parada, não devem sentir falta de alguém por
perto.
Se,
estes também sentem saudades ainda vou descobrir algum dia.
Tive
certeza que o Zion sentiu minha ausência quando recebi um filminho no celular:
ele dormitava em sua caixa vazia, e dava uns suspiros profundos! Abria os olhos
sonolentos para dormir de novo. Depois de repetir o dorme-acorda, acordou num
pulo e correu para as proximidades da porta da geladeira. O relógio na parede
marcava exatamente meu horário exclusivo de mimá-lo com um restinho de atum.
Eu
não esqueceria isto!
Tenho
certeza que Zion sonhou comigo.
Se
é que gato sonha com humanos...
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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