No começo do mês o virtuoso pianista Nelson Freire esteve em Belo Horizonte, junto com ele também houve a exposição do Maurits Cornelis Escher. Eu adoro as coisas do Escher e falo assim porque ele fazia pinturas, desenhos, logo (veja aqui) e outras peças tridimensionais que sempre me impressionaram pela capacidade matemática dele de pensar e fazer dar certo.
Voltando ao Nelson, ele toca com aquela característica paixão e entusiasmo de um brasileiro. A história do garoto que nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais em 1944 supreende até aqueles que estão cansados com as biografias de garotos prodígio pelo mundo afora.
Ele encantou a todos na pequena cidade mineira quando, aos 3 anos tocou de memória uma paça que sua irmã havia acabado de tocar. Sua primeira performance pública foi aos 4 anos e com 5 anos escolheu a Sonata em A maior de Mozart, K. 331 para seu primeiro recital público.
Quando sua família já havia ouvido de vários professores da cidade: "não tenho mais o que ensinar para ele", decidiram-se mudar para o Rio de Janeiro. Cidade grande, com mais e melhores oportunidades para o gênio. Teve aulas com a pianista Nise Obino e Lucia Branco, estudante de um dos pupilos de Liszt.
Aos 12 anos ficou em sétimo lugar num Concurso no Rio de Janeiro e consequentemente foi quando o Brasil também se tornaria pequeno para a habilidade dos ligeiros dedos de Nelson. Então o levaram para morar em Viena onde em pouco tempo tornou-se um virtuoso. Assimilava um novo repertório com agilidade incrível.
As interpretações do compositor francês Claude Debussy são para mim as melhores. Eu sempre acho que são duas pessoas tocando. Sei que não são e eu fico lembrando disso. As músicas são rápidas, alegres, parecem uma manhã do começo da primavera. Indicadas como escapismo para os curtos e escuros dias do inverno.
Les Collines D'Anacapri, Claude Debussy.
Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso gosta de compartilhar as coisas interessantes que encontra pelo caminho.
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