Existiu um Profeta que se chamava
Gentileza. Homem comum, simples, do campo que deu atenção a um chamado ouvido
aos vinte anos de idade, e deixou os bens materiais para pregar a “GENTILEZA
QUE GERA GENTILEZA”. Por onde andou até seu tempo na Terra expirar, aos setenta
e nove de idade, divulgou mensagens de amor fraterno, escrevendo nas pilastras
e passarelas; conversando com motoristas e transeuntes nas vias; distribuindo
flores; recolhendo palavras de incentivo, apertos de mão, abraços...
A cada dia está mais difícil vermos um
tiquinho que seja dessas gentilezas no dia a dia. Porém, vendo AQUELE ALGO MAIS
no atendimento a fregueses, clientes ou desconhecidos que cruzam nossos
caminhos... agradecemos sensibilizados.
Não é que na toalete de certo aeroporto internacional,
deparamos com alguém cumprimentando-nos em português; sorrindo numa linguagem
universal; perguntando como foi a viagem etc. e tal? E não era uma pessoa conhecida, encontrada
por acaso não. Uma simples serviçal, afro-descendente, aparentando meia idade,
ali no seu ofício de manter limpo e perfumado o banheiro. Fomos apurar: ela
sabia só aquelas frases decoradas e uma canção que falava de um BEM espalhado
no mundo há 2013 anos!
Ao entrarmos no avião para um vôo doméstico
de quarenta e nove minutos, porta fechada, pronto para decolar... O comandante
anuncia que teremos de ficar ali parados por cinquenta minutos, pois o
aeroporto a nos receber se encontrava superlotado. Vejam só! De imediato a
Comissária de bordo explica no microfone a inesperada situação, sai de poltrona
em poltrona anotando de cada passageiro sua necessidade de chegar a tempo,
desembarcar e tomar outro avião, no destino previsto, e propõe um jogo para
passar o tempo.
Não demorou a estarmos todos rindo,
envolvidos com a brincadeira “de auditório televisivo” onde o líder indaga para
ver quem conhece a resposta. O prêmio ao primeiro acertador podia ser: mini
garrafa de bebida ou sacolinha de balas. Para agilizar, sem tumultuar, quem
achava saber a resposta certa, acendia a luz sobre sua poltrona. Todos muito
atentos e comportados, às vezes acendiam a luz sem saber o que responder e era
uma gargalhada só no ambiente. Super gentileza, não? Nem vaia se ouviu ali.
Vale lembrar aqui a seguinte trova “Alegria
em si não há tamanha, que encontrar GENTE AMIGA em Terra estranha!”
E para ser gentil com quem leu até o final,
oferecerei uma balinha diet para o acertador do autor da TROVA que transcrevi.
--
Elisabeth Carvalho Santos (63) desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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