outubro 10, 2013

Somente uma empresa vai ser a mais barata.

English here.
Loja Lego Rockefeller Center, NY.

Rodney Fitch é um designer inglês que teve sucesso em sua carreira e atua especialmente na indústria de varejo de vários países. Construiu um centro educacional de design com seu nome, mas também trabalha com consultorias. No site dele você vai encontrar um pouco de tudo o que ele faz para a expansão do design, inclusive na Índia.

Na revista Design Council de 2006 comparavam-se os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) em seus pontos fortes e fracos. O Brasil, no artigo, tinha como ponto forte os recursos naturais e o ponto fraco era definido com uma frase irônica que a comunidade internacional falava "O Brasil é o país do futuro e sempre será". Então deu para pensar na capa da The Economist, a esperança e o fiasco. Falando especificamente sobre o PIB, o do Brasil em 2006 era de 4,9% e hoje encontra-se em 3,3% (agosto de 2013) em tendência de queda. Previsão do artigo para 2050 era de 4%.

A Rússia tinha um nível educacional elevado principalmente nas ciências exatas, mas uma péssima distribuição de renda. Eu pergunto, alguém aí sabia que a educação na Rússia era boa? Eu sabia dos jogadores de xadrez e só! Sobre a distribuição de renda, vide corrupção eu também tinha ouvido falar. O PIB era de 7,1% (2006) e hoje é 1,2% (08/2013) em queda também. Previsão deles para 2050 seria em torno de 2,5%.

A Índia contava com um promissor setor de TI, mas a corrupção afastava do país os investidores externos. Hoje o setor de TI ainda é forte, sempre falamos com indianos quando precisamos de atendimento online ou por telefone aqui nos Estados Unidos. E o investimento em educação é alto. O PIB era de 6,9% (2006) e hoje é 4,4% (08/2013) em tendência de queda. Previsão para 2050 no artigo seria de 14%.

A China tinha quantidade infinita de trabalhadores baratos como ponto a favor e incerteza política como um ponto, digamos... incerto. Hoje ainda possui um número absurdo de trabalhadores, mas a mão de obra já não é a mais barata devido também às pressões internacionais para melhoria das condições de trabalho e obrigatoriedade de normas ambientais. O PIB era de 10,1% (2006) e hoje é 7,5% (08/2013) em queda também. Previsão para 2050 era de 25%.

O gigante dragão chinês que amedrontava todo o mundo, literalmente, ainda o faz. Mesmo quando algumas especulações não se tornaram verdadeiras. E o que fazer? Como não ser engolido pelo dragão? Nos idos de 2010 Ligia Fascioni dava umas dicas e quem seguiu ficou melhor. Mas na tal publicação de 2006 que é atualíssima para o Brasil, também citam um estudo dinamarquês que identificou quatro níveis de consciência de design entre as empresas. E o que isso te importa?


"Somente uma empresa pode ser a mais barata.
As outras terão que usar o design.”

Apresentando os quatro níveis de consciência de design, peço que escolha um deles. A partir da sua seleção fica definido que tipo de empresa você terá.

1. Não-Design, onde o design é uma parte insignificante do desenvolvimento de produto, feito por não-designers.

2. Estilo, onde o design é visto como um atributo de acabamento estético do produto.

3. Processo, no qual o design é usado no início de uma abordagem colaborativa e multidisciplinar para desenvolvimento de produto.

4. Design de Inovação, ou Design Thinking onde o design colabora na gestão de inovação da empresa.

No tal estudo, as empresas que tratavam o design como um processo (número 3) e aquelas que usam o design como inovações (número 4) aumentaram suas vendas em 50%. Simplesmente porque o designer é o único que pode fazer seu cliente ficar mais ligado ao seu produto e à sua empresa.

Isso me preocupa, visto que no Brasil a importância do design de inovação nas empresas é minoria e insustentável. Ficando, a maioria entre o Não-Design e o Estilo, poucas são as que chegam no Processo. Porque é economicamente mais barato investir em idas frequentes às feiras da Europa para saber o que produzir no próximo verão.

Rodney Fitch website


Quer brincar de saber o PIB dos outros países? Vai aqui neste site.


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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.

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