A autora no Arboretum de Asheville, Carolina do Norte. |
Chegamos lá na manhã de sábado 7 de setembro e fomos conhecer os jardins de Bonsais e muitas outras variedades de plantas ornamentais, floridas ou não; verdes ou de mil e uma cores diferentes.
O lugar é deslumbrante. Bom para relaxar, observar, sentir, refletir e fazer umas considerações...
― Aqui o aviso diz que é impossível saber a idade daqueles bonsais, alinhados numa prateleira de pedra.
Mas a arvorezinha diante dos meus olhos, deve ter a mesma idade que eu... Pensei. Se lhes foram podadas as raízes anualmente para tornar-se anã, ou seja, uma árvore de tamanho de um livro, e permanecer adornando uma estante... Hoje já está no sexagésimo nó! Este tronco nodoso deve ter muita história... E as muitas voltas de seus ramos? Cada qual retorcido de um jeito, apontando para uma direção?
Aquele outro Bonsai, teve alguns galhos “amputados” com ciência de causa para dar lugar a outros “implantados” que o transformaram numa artística escultura viva! E o ao lado deste? Peça arquitetônica denominada “ponte” que depois de alcançar determinada altura mudou radicalmente a direção até atingir o solo. Instigante!
E mais aquele um e aquele outro, quantos segredos guardam, quantos mistérios escondem...
Surge então uma paisagem de riacho sem água exibindo uma ilha de pedra onde floresce mais uma graciosa arvorezinha vivendo sua velha infância. Aliás, aguardando a água da chuva a lhe trazer continuidade e a encher o leito do riozinho, cercando sua “ilha pedestal”, e formando uma cascata... Como podem tantos detalhes forjados em um simples elementos naturais, que no dia a dia até nos passam despercebidos?
Transformam-se pelo desejo e trabalho de algum artista numa peça rara, sem igual!
E quem poderia naquele momento de profundas reflexões aflorando, ainda estar querendo saber a idade de cada bonsai ali exposto?
― Árvore é artigo feminino singular: esconderá a idade mesmo sem conseguir esconder suas nodosidades.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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