julho 03, 2020

Covid19

Por Elisabeth Santos
Expectativa e realidade para 2020

O Carnaval ia chegar e muitos já tinham conhecimento que uma pandemia iniciava no Oriente. Poucos ficaram sabendo da grande ameaça a representar para a humanidade.

A esposa diz para o marido:

- A escola fechando, a gente tendo que trabalhar, deixaremos as crianças com a cuidadora?

E o marido responde:

- Não, pois ela convive com muitas outras pessoas onde reside.

- Então vamos levar as crianças para a casa da avó...

- Também não querida, ela já passou dos sessenta anos e pertence ao grupo de risco.

E a mulher continuou a perguntar:

- Você está querendo dizer que mamãe representaria uma ameaça à saúde dos netos? É isto?

- É muito pelo contrário. Pessoas na terceira idade, se forem infectadas, têm risco maior de não se curarem. Isolamento social para elas, nessa temporada pandêmica “corônica” é crucial.

No dia seguinte, as dúvidas ainda no ar, o marido quer saber da esposa:

- Você vai para a fábrica?

- Não... Acabo de receber zap da chefia dizendo que estão no planejamento de uma reunião geral com todos os funcionários. Parece que vamos ter de trabalhar em casa...

E ele rindo comenta:

- Sem empregada doméstica, os meninos em casa, vai ser difícil, né? E quem vai sair para as compras necessárias?

- Você amor! – Disse ela.

- Eu? Eu não. Sempre fomos juntos às compras de supermercado cada qual com um carrinho. Você escolhendo toda a sorte de alimentos, eu com a lista de produtos de higiene e limpeza geral. Nem sei diferenciar uma verdura de outra...  

- Preciso manter meu emprego. Quanto às verduras, não se preocupe, traga uma de cada para os sete dias da semana. Temos que nos adaptar para sobrevivermos. Era você que dizia isto, lembra-se?

- Pois é, e terei de usar máscara protetora de respiração também...

- E eu tenho que me acostumar com o álcool gel a 70% que me faz espirrar e resseca minha pele.

E a filharada em coro:

- Teremos de parar de disputar brinquedos no tapa. E não poderemos andar de bicicleta ou jogar bola com os amigos.

- Por quê? Nenhum deles encontra-se adoentado das vias respiratórias...

E respondeu o mais velho para a mais nova:

- Porque algumas pessoas podem ter o vírus sem apresentar sintoma algum.

E o do meio, mais compenetrado:

- Pelo menos poderemos estudar via internet, cada qual no seu tablet. Então, nos horários de lazer disputaremos games com nossos colegas sem corrermos riscos desnecessários.

 -É isto meus amores. _Tentou amenizar, dona Mamãe.

E o papai achando que seria uma boa ideia passarem o fim de semana na chácara, onde além de mudar de ares, teriam bastante coisas a fazerem... Desistiu ao lembrar-se do comércio fechado e dos caminhos já monitorados pela Vigilância Sanitária. Muito complicado!

- Vamos viajar para um local seguro? _ Foi a  pergunta lançada no ar.

- Não sem respeitar os quatorze dias de isolamento antes e depois.

- O que mais ainda temos que aprender então?

- Além de seguir todas as recomendações conhecidas para evitarmos o pico da doença que poderá levar ao colapso de atendimento hospitalar, teremos de nos manter atualizados.

Também checar notícias falsas ou precipitadas de novas aparelhagens ou de medicação não aprovada pela Organização Mundial de Saúde. Não temos diante de nós uma corrida armamentista, mas sim... “Vacinancista”.

- E as discussões políticas trazidas pela mídia? Teremos de acompanhar também?

- Vamos deixar a boiada passar. Deve terminar na pizza de sempre. Churrasco ou pizza, vamos todos para a cozinha preparar o jantar!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".



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