julho 27, 2013

Terceira Idade trabalhando, diferenças entre Brasil e Estados Unidos

© Caraman | Dreamstime Stock Photos


A dúvida de um tímido leitor sobre post sobre Terceira Idade e Emprego me fez pesquisar mais sobre o assunto. Veja a dúvida e a respectiva resposta.

"Aqui vai uma pergunta: Você acredita que os americanos, por exemplo tiveram que trabalhar o assunto (a contratação de idosos) com a liderança ou gestores nas empresas? Ou não tiveram essa dificuldade pela cultura?"

Minha resposta

A pergunta é muito boa e acredito que vai ajudar muitos colegas.


Eu vejo que a cultura contribui também, porque é comum ver pessoas idosas trabalhando com todo tipo de tarefas, de gerenciamento, vendedor, até motorista de ônibus. Não vejo acontecer aqui os comentários que ouvia no Brasil "em breve me mandam embora" ou ainda "depois dos 4o fica difícil mudar de emprego". Sempre me impressiona ver pessoas de cabelo totalmente branco em postos de trabalho que o brasileiro só aceita jovens iniciantes.


Um fato definitivo contra o ageísmo aconteceu nos Estados Unidos em 1967. O ato contra a discriminação por idade (Age Discrimination in Employment Act - ADEA) protegeu os trabalhadores com mais de 40 anos. O ADEA proibiu, por exemplo, limitar a idade num anúncio de contratação, também proibiu o empregador de reduzir os benefícios ou deixar de promover o trabalhador por esse motivo.


Em 1993, também eliminaram a aposentadoria mandatória para a maioria dos todos cargos do país. Significa a segurança de parar quando quiser, não porque o governo disse que depois de uma idade específica ele deve deixar o mercado.

Agora em relação à cultura, eu vejo que em geral o brasileiro valoriza a rapidez na execução das tarefas e nem sempre a qualidade dessa execução. Alguns gestores entendem quando um jovem erra por inexperiência, mas não conseguem esperar um dia para uma resposta, mesmo que ela seja melhor.

Novamente falando de atendimento ao público, não vejo por aqui pessoas bufando na fila de um caixa porque ele é mais velho. Aprendi também que eles sabem mais, são mais precisos e, eficientes. Trabalham com tanta tecnologia quanto os jovens e não fazem feio.


No brasil alguns não conseguem ver a beleza que existe na maturidade, pois preferem um rosto sem rugas no balcão de atendimento. Ainda existem aqueles que por causa da baixa auto-estima, sempre contratam funcionários que sabem menos, pois só assim conseguem evitar o sentimento de inferioridade frente a um funcionário mais experiente.


Todos esses fatores contribuem para esse preconceito, o ageísmo. A palavra foi adaptada do inglês ageism e significa o preconceito pela idade. Foi usada pela primeira vez por um médico em 1969.

Espero ter ajudado, Isabela


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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.

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