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Por que será que o avestruz enterra a cabeça na areia e deixa o bumbum de fora?
Para refrescar a cuca, responderiam alguns...
Para esconder-se da verdade que omitiu...
Porque se envergonha de algo por ele visto...
Opções:
A) Todas certas.
B) Todas erradas.
C) O avestruz não revelará jamais.
É muito que se ouve por aí... E o mais provável é que
o avestruz não queira ver seu triste fim, se estiver correndo de algum
predador. E olha que ele corre muito, sabia?
No mundo animal existe cada coisa... Dificílima de
acreditar! Mais difícil de crer porem, é o ser humano (também pertencente ao
reino animal) ter como verdadeira a seguinte premissa: _ Se escondo meu olhar
ninguém me verá!
Ao perspicaz, interessado em desvendar mistérios,
acontece o contrário:
Pessoas que não erguem o olhar à altura do interlocutor,
estão admitindo um medo, uma dor, lembrança ruim ou outro sentimento
indefinível.
Quando alguém responde por enigmas, algo há de estar a
ocultar. Aquele que se nega a responder qualquer pergunta, teme se trair, cair
em contradição, e com este estratagema... Revelar-se por inteiro. A verdade lhe
dói: _É imperfeito!
Pense numa pessoa que se achando perfeita, falha! Mal
sabe que a perfeição não é característica de nenhum animal, racional ou não.
Vive corrigindo erros alheios sem admitir os seus próprios. O primeiro erro
desta pessoa é pautar-se por si própria, olhando para o próprio umbigo. Se conseguir
perceber a possibilidade da existência do diferente, aceitará a verdade de cada
um. Respeitando a universalidade cultural, aproximar-se-á da perfeição
almejada.
Enquanto isto não ocorre... Vigia sem orar! Incomoda quando
não humilha; se faz de vencedor (sem derrotar).
Observa atos do seu semelhante, sendo ou não seu
subalterno, aluno, ou dependente. Indica as falhas dos outros; corrige em
público; castiga com um simples olhar, ou silêncio acusador.
Já disseram que o opressor não existirá sem o
sentimento de oprimido do outro.
Disseram que o opressor algum dia vivenciou a
opressão?
O que fazer se quem sente opressão está sempre a
perder a jogada? Ele mudará mesmo sem necessidade premente: de lugar; cargo;
amizades; companhias, etc.
Poderá esconder a cabeça, mas sendo racional não
estará tão vulnerável quanto um avestruz.
_“Ave, ave, avestruz!”
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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