Às vezes sou leitora, outras sou escritora, quando não
tenho as duas funções de uma vez só. É possível sim! Tenho como obrigação ler
de maneira atenta o que escrevi numa revisão de texto, provável modificação ou
até mesmo correção. É aí que entra meu olhar crítico e perscrutador de escritora
(Aquela que é, sem nunca ter sido... profissionalmente no caso). Gosto de ler e
também de escrever. Para as devidas alterações nos meus textos não dispenso
auxílios. Peço ajuda ao corretor de textos, mas não vou aceitando tudo que ele
sugere. Aprecio uma ponderação ou simples análise contextual. Tenho um estilo
ou mais. A mim nem interessa saber se ora escrevo de um ou de outro jeito.
Escrevo o que gosto, tenho vontade, oportunidade ou inspiração momentânea. E
sobre esta última reforço meu esforço: não perder nenhuma a mais do que as
numerosas vezes que me senti inspirada, veio a vontade, faltou oportunidade e
aí... “dancei”!
Outro tipo de auxílio que utilizo é a anotação do que
me veio à cabeça, para desenvolver o tema posteriormente, mas nunca vem do
jeito que pensei primeiro. Não dou importância também a este detalhe, senão
nada escrevo nunca. A engrenagem é misteriosa em seus meandros então é tratar
de dar início à atividade. Incrível como funciona! Sento em frente ao computador
(não escrevia em máquina) e dou início até sem saber pra onde sigo. Nas
primeiras frases é que fico sabendo o rumo a tomar. Presto atenção ao que já
tenho, busco o que preciso e acrescento o que ouvi aqui e ali. Guardo para o
desfecho uns lances que surgem de supetão. É o elemento surpresa, imaginativo,
jocoso, moralista, ou seja lá o que vem em minha ideia. A verdade, que pode não
ser inteira, é que nem sempre sei de antemão “pra que lado vai o desfile e o
que a banda tocará”. Dizem por aqui: quem não sabe o caminho a seguir, poderá
acabar chegando onde não quer. Comigo não, pois me policio devidamente. Aprendo
todo dia e cada dia mais um pouco. Com o radialista Boechat aprendi que as
pessoas tem que ouvir coisas do seu interesse. Vou variando assuntos, mas os
temas se repetem, pois estou atenta ao momento que vivencio. Não adianta focar,
por exemplo, só no que os políticos estão aprontando. Tenho que deixar ser
visto o facho de luz no fundo do túnel da vida dos seres vivos. Sinto que posso
levar ânimo e esperança apenas repetindo:
“_Toque o barco”!
Elisabeth Carvalho Santos/ 2019
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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