Por Elisabeth Santos
Não completou um ano de vida, mas já
sabe o que quer e o que não quer!
Está no colo, porem aponta para a
porta da rua, inclinando o corpo como se dissesse “-já estou indo!” E
praticamente “carrega” quem ali se encontra supondo dominar a situação. O
mocinho veste uma calça jeans azul furada, e desbotada (por cima da fralda);
camisa de bolso e botões, e ainda por cima, um lenço típico de cowboy ao
pescoço (disfarce de um babador).
Nem a dentição completa ele tem,
entretanto só teima com ele que quer sair, aquele que não colabora e está
pronto a ouvir reclamação.
E lá vão os dois até a porta sendo
que, a mão a ir ao trinco primeiro é sempre do apressadinho.
E quem não viu, presenciou a cena no
local, custa a acreditar que aquela risada gostosa, de alegria sem fim é de um
mocinho cuja maior felicidade é ver a rua!
Sim. No momento ele não quer outra
coisa. O que existe além daquela porta que o atrai tanto? Sol? Carro? Moto?
Cachorro? Gente de montão? Cada familiar dá seu palpite e todos acertam e
ganham o prêmio de levar o mocinho a passear na praça numa tarde de domingo.
Pode ser de carro, carrinho ou a pé. Tudo ele aponta, chama com a mão, balbucia
como quem fala e espera resposta. Gosta muito de ouvir uma prosa e quer ser
entendido.
Dali a pouco, cansado de perseguir um
cãozinho mascarado (seria bandido?) o mocinho mama, dorme e parece sonhar.
Com o que ele sonha? Vovó palpita que
sonha com anjinhos do céu querendo brincar de pique.
Vovô aposta que é com uma mocinha que
o cowboy está a sonhar.
Ninguém saberá ao certo, até mesmo
porque nenhum familiar vai acordá-lo para perguntar-lhe, né?
Dá a maior canseira adormecer o
pequeno, quando reluta em pegar no sono.
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