outubro 09, 2020

O rapaizinho

Por Elisabeth Santos


E não é que o menino ao completar dez meses já está parecendo um rapazinho? Pode ser que a roupa que esteja usando ajude muito, mas que está bem desenvolto nos seus passos contornando o sofá da sala, ah isto está sim! Parecendo coisa de rapazinho cheio de atitude. Com uma das mãos se segura, com a outra tenta pegar o brinquedo que ele próprio tinha jogado ao chão. Caiu sentado? Levantou! A bola rolou? Vai engatinhando depressa a alcança-la. E rola a bola em sua mão observando-a bem. A gente grande que está por perto acha, que ele quer descobrir o mistério da bola que vai de um lugar para o outro fugindo de suas mãozinhas ágeis.

Cansa de um jogo? Inventa outro. Seja folheando o livro de plástico, abrindo e fechando a caixa dos óculos da vovó, percebe barulhos diferentes, texturas... Nada áspero ou de pelo. Essas coisas lhe provocam arrepios. Não gosta!

Viu Dona Mamãe despejando água do jarro num copo e balbuciou: - “apa”. Foi um entusiasmo geral dos grandões que querem ouvi-lo chamando-os.

A lista das sílabas está aumentando. Inda mais que o rapazinho pronuncia na hora certa: - Não é neném?

E ele:

- É é é...

- Você quer?

- Dé dé dé...

Ele nos dá a impressão que está entendendo tudinho. Só que não! Principalmente o nosso: -NÃO!

Também aprendeu a levar alimento à boca, dar tchau, morder, puxar cabelo dos outros e fazer charme para não mudar de colo. Se rimos, ele ri junto.

Tem empatia o nosso rapazinho de dez meses, que toma banho de chuveirinho; adora ouvir música e dançar; se entusiasma com fantoches e marionetes; abre gavetas e portas de armários; vive aprontando das suas artes de jogar objetos ao chão.

Surpreende por sua curiosidade e quer ter o controle remoto dos aparelhos eletrônicos, enquanto nós, pobres guardiões do seu futuro, temos de controla-lo para não ouvir o cantar de um galo em sua testa!

Porque já cantou, e a choradeira foi grande!





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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora resolveu escrever e já publicou dois livros. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia"

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