março 01, 2019

O Carnaval é brasileiro

Por Elisabeth Santos


Acontecia por três dias seguidos a saber: sábado, domingo e segunda feira. Depois foi criada a terça feira de carnaval acreditando-se que assim ficaria bem delineada a quarta feira de cinzas, início dos quarenta dias de penitências denominados Quaresma pelos cristãos. Então, já à meia noite da terça não havia mais carnaval. Esta palavra significa em sua etimologia: “carne vale”.

Em sequência, os seguidores do catolicismo, por ex. se abstinham do alimento “carne” pelos próximos quarenta dias.


Acontecia, em cidades de alguns estados brasileiros, no século XX, uma festa carnavalesca uma semana antes da data prevista não sei bem o porquê. Os foliões mais animados com a ideia de pular carnaval duas vezes ao ano migravam para as localidades do “Carnaval Antecipado” e aproveitavam bastante da alegria contagiante das marchinhas (músicas) e da dança que ia de um simples balançar do corpo, ao samba legítimo.

De uns tempos para cá, em certas localidades foram criados blocos que saiam no dia das cinzas. A justificativa era simples de se entender: naquele dia, a animação corria por conta dos trabalhadores que proporcionaram a infraestrutura da festa. Não só os motoristas e auxiliares dos carros alegóricos dos desfiles. Também funcionários de hotéis, bares, lojas etc. que trabalharam sem trégua.

Hoje em dia, uma semana antes, ou até mais, o clima já é de carnaval. Vê-se mais nas grandes cidades: blocos autônomos, com identidade divertida, fantasiados e com bateria musical própria, saem de seus bairros seguindo até uma praça pré-determinada onde todos seus seguidores possam pular carnaval à vontade.


O que tenho visto é tudo isso que estou contando: o carnaval vai se estendendo, ocupando novos espaços, trazendo outros ritmos, pessoas, e principalmente fazendo-nos descobrir força para aguentar o ROJÃO!


Ser brasileiro é também não abrir mão da alegria de viver apesar de toda adversidade.

 

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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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