De vez em quando reunimo-nos com amigos para um cafezinho informal. Se alguém sugere que cada qual leve um petisco... O tal cafezinho vira festa. Simples assim:
Uns trazem rosca e bolo; outros, bolachinhas assadas e
bolinhos fritos, e na verdade a mesa para o qual fomos convidados fica
parecendo vitrine de padaria. Tem variedade de queijos artesanais ou não;
refrescos, salada de frutas, e pelo menos as duas garrafas térmicas com café
com, e sem açúcar; leite na caixinha.
Esta seria uma tarde de muitas narrações de fatos
verdadeiros, se bem que exagerados, e de causos que fazem os amigos “morrer de
rir”. Com permissão poética ou não, de alguns ou da maioria, ao redor daquela
mesa alguém inventa de falar besteiras, outros querendo comentar política,
futebol, cor e amor. Nessas horas sempre tem mais alguém que se levanta da
cadeira e vai dar uma voltinha; de vez em quando algum outro nem retorna para
mais um gole de café preto. Ao final ficarão todos bem. É amizade de muitos outros
cafezinhos, muito sal degustado juntos. Sabem do que se trata? Ninguém come um
punhado de sal puro. Não é alimento! Se você chegou a comer sal junto com outra
pessoa, quer dizer apenas que houve ali convívio duradouro.
E assim prossegue o dia da amizade regado a café com
bolinho.
Dali saem todos mais animados, não antes de marcarem
um próximo encontro.
Agora sim poderá haver debate, que começa com um a
fazer convite para acamparem a margem do ribeirão para uma pesca. As mulheres
rejeitam por saberem de antemão que vão ter muito trabalho, pouca diversão.
Tipo “muita rima pouca poesia”.
Outro amigo resolve convidar a mesma turma ali
presente para assistir futebol no estádio. Outra polêmica pelos que torcem por
times rivais.
Por fim alguém tem outra brilhante ideia: _ Quem sabe
os colegas ali topam se encontrarem para um bate papo numa cafeteria legal?
Poderia ser interessante... Nenhum trabalho, gasto razoável, muito “papo
furado”.
Afinal ninguém se embriaga com café e seus congêneres.
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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