Por Elisabeth Santos
Sempre
que estou “num mato sem cachorro” lembro-me da brincadeira: _ “Sô Lobo ‘tá
pronto?”. A canção é um convite “Vamos passear na floresta enquanto seu lobo
apronta...”
Tem
gente a matar um leão por dia, outros a procurar o lobo e onde passo minhas
férias evito o caminho dos ursos.
Vislumbrando
a possibilidade de brevemente poder adquirir uma arma de fogo pedi que me
levassem a conhecer uma loja, para distinguir uma coisa de outra e não comprar,
algum dia, “gato por lebre”.
A
experiência foi além da minha, até então tida como poderosa, imaginação!
Passei
bons momentos ali, experimentando armas sem munição só para calcular o peso, a
força no gatilho, o “coice” e a possibilidade de acerto no uso da mira
telescópica. O balconista sentiu firmeza em minha seriedade e perguntas
dirigidas a ele através do guia daquela incursão. Eu, muito ao contrário,
sentia uma tremedeira nas pernas só de imaginar em ver um ursão nas
proximidades do acampamento.
Na
“cara dura” saí da loja sem comprar nem arma de atirar bolinhas de papel. Ali
tinha de tudo e poderia sim adquirir um brinquedo. Poderia, mas não quereria
ter arma de espécie alguma visualizada no Raio X alfandegário. Para passar o
perrengue ia preferir que fosse por uma boa causa. Se é que existe...
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Sempre
que chovia, eu reinventava a ida ao comércio local a descobrir novidades.
Afinal, naquele ambiente enorme, procurando ofertas imperdíveis, coisas
exóticas, lembrancinhas bem pequeninas e leves, eu conseguia exercitar a
mente... e as pernas.
Descobri
que poderia ser sócia de um grande magazine. A coisa funcionava assim: fazer
uma carteirinha de identificação de possível compradora das mercadorias ali
expostas. Pagar uma taxa a ser devolvida pela loja na primeira compra à vista. Daí
então só vantagens!
Entrei
de sola, com o pé direito! Tirei o agasalho ao perceber o aquecimento central.
Tornei a vesti-lo para escolher produtos hortifrutigranjeiros na câmara fria.
Tinha de comprar pensando na mesa do dia de Ação de Graças, quando as vovós vão
para a cozinha.
A
variedade de artigos naquele tipo de hipermercado é muito grande, portanto os
fregueses são numerosos, gerando um movimento e tanto, o dia inteiro e a semana
toda. Encontrei tudo que precisava e nem senti fome degustando os novos e
deliciosos, alimentos oferecidos no interior da loja.
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Manifestando
curiosidade a respeito de “Brechó”, que é o comércio de artigos usados,
ofereceram-me uma ida a três deles, funcionando nas imediações de casa. No maior,
levei horas olhando, especulando e comparando preços. Foi muito proveitoso!
Lucrei um vestido de festa que caiu certinho igual luva nos dedos e custou o
mesmo que um par de meias novas.
No
segundo, mais especializado em objetos de adorno, comprei um quadro pintado à
tinta óleo, representando uma raposa em seu habitat. Combinou muito bem com o
restante da decoração, além de preencher o espaço na parede oposta à janela.
No
terceiro, até que enfim achei as bijuterias, chaveiros úteis e colecionáveis,
dentre outros pequenos objetos que iam servir de lembrancinhas.
Para
quem como eu, decidida a viajar feliz mesmo com pouco dinheiro... saí-me muito
bem.
Até
presentinhos consegui trazer!
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia"
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