Por Elisabeth Santos
Beth admirando as cores do outono da Carolina do Sul. |
São
muitas as perguntas duplas que ouço por aí:
_
“As rosquinhas são fresquinhas por que se vende mais ou vende-se mais por que
são fresquinhas”?
_
“A vegetação é verde onde chove mais ou cai mais
chuva onde a vegetação é mais abundante”?
Eu
responderia, a partir das árvores observadas onde as estações do ano são bem
definidas:
_
Elas crescem mais quando a chuva é abundante, ficam verdíssimas quando o sol
resplandece, dão flores e muito pólen na primavera, fazem cair chuva de folhas
antes do inverno e no frio intenso... ficam secas porem com vida.
Já
morei num bairro semelhante a um bosque e senti as vantagens de viver perto da
natureza. Senti também ter de tomar determinadas precauções quanto aos
inconvenientes... A primavera é linda, mas o pólen em excesso incomoda,
entupindo meu nariz, embaçando o para brisa do carro!
O
verão é uma delícia com tantas árvores sombreando a varanda onde permaneço
lendo, embora os mosquitinhos não deem sossego.
Outono?
Folhas coloridas do amarelo ao marrom escuro passando por tons de vermelho
afofam o chão, em que passo temerosa, dos peçonhentos que ali se alojam.
Assim
chega o longo inverno! Nem sei como as árvores resistem assim sem suas
roupagens sendo que eu pareço um monte de agasalhos perambulando pelo jardim.
E
aí percebo que uma das árvores está perdendo a vitalidade e me apresso a
chamar o “doutor”, ou seja, o especialista. Fizemos de tudo para salvá-la. E
depois de um ano de tentativas frustradas, diante do diagnóstico definitivo,
aceitei ter de retirá-la.
Embora
com todo o aparato para nenhum prejuízo maior acontecer, no fundo do meu
coração senti que aquela gigante tombando ia deixar um vazio...
Na
hora da retirada da raiz, pensei numa solução:
_Vou fazer um canteiro de flores
coloridas nesse espaço!
O
bom de morar num bosque é ter terra fértil no entorno e sempre poder trocar
plantas, e vizinhança. Agora tenho festival de borboletas, joaninhas,
beija-flores completando meu zoo particular.
E
voltando à questão inicial... Rosquinhas vendem mais estando ao gosto do nosso
paladar, na mesma proporção que os bosques atraem moradores que aprendem a
conviver com a natureza.
A triste derrubada de uma árvore doente. |
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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