Por Elizabeth Santos
Sempre havia um curso de Corte e Costura em cada cidade do interior. Geralmente ensinava-se o corte muito bem ensinado através das medidas do interessado em uma roupa nova, e um método onde moldes eram utilizados. Podia-se determinar a duração deste curso de “Corte”, mas o de “Costura” não. Na casa da professora, duas máquinas somente: a do aprendiz, e a da mestra não eram suficientes para a demanda.
As pessoas queriam aprender o ofício por necessidade mesmo. Comprar roupas prontas ficava bem mais caro, e quase sempre precisavam de um ajuste. Além do mais, fábricas e confecções... só nas cidades maiores, com várias lojas.
Consequentemente, em cada família, pelo menos um elemento desenvolvia a habilidade do “corte e da costura das roupas”.
Minha avó, por exemplo, confeccionava os vestidos das meninas, e meu avô fazia calças e ternos para os meninos. Este dominou a arte trabalhando como aprendiz de alfaiate, pois de nada adiantava aprender a fazer moldes e cortar casimiras, e tentar levar as peças para emendar o “quebra cabeça” em casa. Eram detalhes, minúcias, exatidão milimétrica, principalmente porque, a maioria das costuras nas roupas masculinas ficam visíveis, e não no avesso do pano.
Lembro-me que vovó a pedalar sua máquina de costura, quase não fazia barulho. Já a máquina do vovô tinha som de trem de ferro em movimento, guardadas as proporções. Crianças curiosas ficavam em volta aguardando oportunidade de “ajudar” e algumas vezes costuravam o dedo para então... Chorar muito! Na divisão dos serviços sobrava para esta turminha: enfiar linha no orifício da agulha, alinhavar dois tecidos, costurar a mão bainhas das rodas das saias, e dar nós na linha do arremate. Quem levava jeito para aquelas tarefas acabou aprendendo a fazer a própria roupa. Grande vantagem, pois seguiam o figurino atualizado!
Até o nosso século, quem sabe costurar à máquina, e
estas são computorizadas, tem o gosto de vestir criações exclusivas, sob
medida, com tecido pré-encolhido, etc. e tal.
Não é pra qualquer um tamanho luxo!
Não é pra qualquer um tamanho luxo!
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
Eu mesma adquiri a habilidade de costurar observando, auxiliando, experimentando fazer minha mini saia Saint Tropez: dois retângulos de tecido costurados só nas laterais. Vestia pela cabeça, passava pelos braços com dificuldade , entalava nos quadris sem precisar de mais nada que não fosse uns desfiados na barra , um cinturão de couro com uma baita fivela! A blusinha amarrada à frente,com o prolongamento do tecido dela.
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