Eu denomino minha a natureza que não me pertence, mas
circunda-me, encontra-se no meu entorno.
Tenho sim, como propriedade meu modo de agir, que modifico de acordo com a circunstância sem ferir a essência do que sou, e tenho como meu. Esta sim posso afirmar ser... a minha natureza!
De criança já gostava da Natureza Mãe:
Árvores, bichos, sol se pondo, água jorrando nas pedras, ondas se desfazendo na areia, chuva, brisa e muito mais.
Aprendi do berço coisas assim:
Enxergar figuras nas nuvens; distinguir pássaros por seus cantares; cheirar folhas das plantas para antecipar quais seriam seus frutos; escolher pedras por seus formatos e cores; determinar a lenha que haveria de dar bom fogo para cozer e assar a comida.
Minha mãe advertia:
_ Se quiser ter bicho em casa, terá que ajudar a cuida-lo. Ninguém tem o direito sobre vida e morte de seu animalzinho de estimação. Todos os dias temos, que oferecer-lhe alimento, abrigo, o que mais precisar.
E tínhamos um bassê chamado Bob, e um canarinho belga canoro sim senhor!
Um papagaio falante a dar notícias de tudo quanto fosse arte infantil, e um galinheiro cheio de um outro tipo de ave: alimento ideal para os domingos, dias santos e feriados em família.
Crianças não conseguiam entender essas diferenças, portanto nunca podiam presenciar a matança dos bichos que iriam para a panela.
_ A natureza está aqui também para servir a outra natureza. A humana.
_ A natureza humana necessita mesmo alimentar-se de carne?
_ Não, mas tomou gosto desde a época em que vivia nas cavernas.
Adolescentes questionam adultos. Estes questionam a Ciência. As pesquisas científicas não conseguem avançar, sem experimentos em seres viventes.
E chego a concluir sobre o meu ser natural: não sou isso ou aquilo. Devo ser uma mistura bem misturada, num equilíbrio perfeito, para sobreviver saudável nesse mundo velho sem porteira.
Clique aqui e role o cursor para ler outros Contos da Beth.
--
Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Leave your comments here.