A peruca da menina. |
A menina não gostava de pentear cabelo, e a vovó materna dizia que ela “brigou com o pente”. Então a criança virou: “A menina que brigou com o pente”.
Para livrá-la daquele apelido horroroso, a outra avó fez à sua netinha a seguinte proposta:
_ Querida, você passa o pente nos cabelos todos os dias, e os fios que forem caindo, guarde-os nas páginas desse livro aqui.
E entregou à neta um dos livros que compunha a pequena estante ao lado da sua cama.
A garotinha achou interessante, pois a vovó paterna completava assim a proposta:
_ Quando tiver um tanto bom de fios de cabelo, nós duas teceremos uma peruca.
Passados uns tempos, neta e avó, começaram a trançar os fios. Atentas à delicada tarefa perceberam o aparecimento de letrinhas na trança de cabelos naturais. Com certeza vinham daquele livro donde ficaram comportadamente esticadas. As duas nem deram muita confiança...
O objetivo foi alcançado. Isto era o que importava, porque a criança cresceu sempre cuidadosa com seus lindos cabelos.
Um dia apareceu, à porta da casa da família, alguém recolhendo cabelos para as perucas a serem doadas aos doentes que sofriam de perda de cabelo.
A avó olhou para a neta. A neta entendeu a mensagem, e foi correndo buscar a caixa com a trança.
O final é fácil adivinhar, já que esta é uma história do BEM.
Naqueles fios de cabelo, as letrinhas unidas escreviam a seguinte frase:
“Até de ideia meio maluca, pode surgir meia peruca”!
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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