abril 28, 2017

Movida à prosa

Por Elisabeth Santos
Olha a Beth tagarelando em Nova Iorque.

Ouvindo este termo, muito bem colocado, liguei minha “antena” para descobrir a que outras situações corriqueiras poderia se aplicar.

Se existe uma ladeira íngreme a se alcançar o topo, arranja-se companhia e vai-se proseando. Sem perceber-se... chega-se onde se pretende chegar.

Se existem abacaxis a serem descascados, envolvidos em boa conversa, descascadores nem sentem as dificuldades.

Movida à prosa, a tarefa rende e fica bem feita. Uma pessoa a mais ali, poderá dar palpite certeiro sobre a qualidade do serviço.

Entretanto, tarefas que exigem atenção exclusiva, não devem utilizar o recurso da “prosa”. A prosa, nesses casos, prejudica ou, até paralisa a ação a ser desenvolvida.

Italianos, não devem fazer reparos mecânicos conversando, porque proseam gesticulando muito, arriscando a esparramar parafusos em todas as direções.

Em compensação, poderão atravessar facilmente um mar “conversando”, com outro italiano em igual situação.

N’água, braços e mãos indo e vindo numa boa prosa, nadam, que nadam...



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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