Free photo 734214 © Juan David Ferrando |
Meu próximo texto terá esse título
aí. Quem sabe alguém tenha a curiosidade em lê-lo, não é mesmo?
Além do ineditismo vou recheá-lo dos
assuntos apropriados a ganhar novos leitores. O leitor dessas mal traçadas
linhas poderá perguntar-me que temas eu abordaria, sem receber uma resposta
elucidativa de minha parte. Inédito é inédito. Se eu ficar proclamando aos
quatro ventos o que está contido ali, depois da capa ser aberta, serei
incoerente. A brincadeira vai perder a graça!
Numa entrevista improvável de
acontecer do jeito que imagino, alguma rede televisiva talvez me arguisse
começando por essa máxima: - Por que você publica seus escritos?
Calmamente eu ponderaria: - Minha
mente não para de ter ideias. Para que eu consiga cuidar da minha vida como devo,
tenho que escrever. Se escrevo e arquivo aquilo fica martelando meu pensamento.
Quando divulgo sinto-me livre para outro texto a povoar minha mente. Não sei o
que será o fim disso, nem o que o Serafim disse! Vou escrevendo. Vou
divulgando. Em tempos de isolamento pandêmico vem a ser uma solução razoável.
Não canso de desculpar minha vontade
insaciável de transformação de pensamentos em letras achando ser um incentivo
para quem, não sendo escritor ou escritora, leve a cabo sua vontade de
escrevinhar, e divulgar.
Pode ser uma bobeira, mas faz parte
do problema.
Quando eu era criança, já
alfabetizada, escrevia cartas e mais cartas para meu pai que viajava a serviço,
para vovó que residia em outro Estado, e para alguns dos meus irmãos que
estudavam em cidades distantes. Parabenizava-os pelo aniversário; descrevia as
comemorações locais; desejava-lhes Feliz Páscoa mesmo sem entender direito o
significado, e contava poucas novidades. Com minha melhor letra conseguia
preencher uma ou duas páginas no máximo. Se datilografadas, caberiam três cartas
numa folha de papel ofício.
A segunda pergunta que o
entrevistador certamente me dirigiria, acho que ia ser sobre o mix que costumo
fazer de linguagem formal, vocabulário culto, palavras populares ou gírias do
momento, em meus escritos. Sentir-me-ia embaraçada para responder. É que eu
quero sentir-me próxima do leitor seja lá com a idade ou formação escolar que
possua. Se ele conseguir identificar-se com um vocábulo utilizado por mim numa
página que seja, já estarei satisfeita. Isso não é bobeira. É bem mais. É
sentimentalismo puro!
Já vivi bastante, lustrei muitos bancos de
aprendizado, convivi com pessoas diferentes, viajei... Entretanto até hoje não
consegui separar, classificar, ordenar por ordem crescente ou decrescente tudo
que é pensamento que me dá na telha.
Sou capaz de engabelar qualquer mente
perniciosa iludindo-a com a questão maior: “Ser ou não ser”.
Pessoas querendo saber de mim, o que
eu mesma ainda desconheço, assustam-me. Parece que estão querendo ver-me do
avesso, sem outro objetivo que não seja de satisfação própria. -‘Tô fora!
Mas, afinal querem mesmo saber de
algo inédito, que seja lido e comentado pelos maiorais do assunto “escrever e
ler”? muitos de nós que somos da escrita gostaríamos muito de saber...
A situação inverteu-se e caiu numa
pesquisa difícil, que resumo aqui em duas simples respostas:
- Os que leem para ter assunto com
leitores assíduos.
- Os que leem por gosto ao
ineditismo, seja de abordagem de um tema, ou do autor desconhecido parecendo
querer se infiltrar num meio ao qual ainda não pertence.
- E quem acha que pertence, tem
certeza disso no universo da escrita e leitura?
“Eis a questão”.
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