fevereiro 05, 2016

As águas vão rolar

Por Elisabeth Santos

Foto de Ramom Marques.

Vão rolar de dois jeitos: água de chuva enchendo os reservatórios secos, e “água que passarinho não bebe” goela abaixo dos foliões animados. Se depois de tanto brincarem e beberem, não pegarem na direção do carro... menos mal.

Este é um dos aspectos do reinado de Momo.

Mas temos carnaval para todo gosto, bolso e também idade.

Crianças se divertem na matinê, adultos nas ruas que se tornaram enormes salões, e os da terceira idade, reunidos em blocos aproveitam as eternas marchinhas carnavalescas cantando, e dançando com alegria genuína.

Juntos formam o que foi cantado por Zé Keti: “Mais de mil palhaços no salão” (atualizado, o título seria “Mais de um bilhão... no mundão”).

Se alguém se interessar em saber como começou o carnaval, tem muito a pesquisar. 

“Carne vale” era denominado o período que antecedia a “abstinência de carne” dos cristãos. Por isso a quaresma vem em seguida até os dias de hoje.

No Brasil, a tradição carnavalesca foi trazida pelos portugueses, e as pessoas brincavam jogando água perfumada umas nas outras. Festa denominada “Entrudo”, nas altas rodas era uma maneira de famílias diferentes se conhecerem.

Muitas mudanças houve de lá para cá. Na cidade de Oliveira, MG o maior, o melhor bloco, ainda sai jogando água um nos outros. São os “Cai n’água”!

Cá na minha cidade da Campanha, das vinte e uma horas até à meia noite, crianças dos oito aos oitenta anos podem aproveitar o carnaval como convém a uma enorme família: dançando e cantando as inocentes (ou quase) marchinhas que mexem com todo mundo.

_ “Que bom te ver novamente ‘tá fazendo um ano, foi no carnaval que passou. Eu sou aquele pierrô...”

_ “Colombina aonde vai você? _ Eu vou dançar o Iê iê iê! “

_ “Sou andorinha, que sozinha faz verão...”

_ “Olha a cabeleira do Zezé...”

_ “Pra que cabelo, pra que seu Queiróz, se a coisa agora está pra nós”.

E para encerrar o horário mais tradicional, não pode faltar o hit:

_ “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil... Cidade maravilhosa é esta aqui no meu Brasil!”



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

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