setembro 28, 2013

Notícias do Brasil que você viu no facebook, mas não teve tempo de juntar as peças.

Vou começar com uma montagem que diz muito do motivo desse fuzuê que estão fazendo em cima da espionagem americana.

Tática antiga, muito usada nas terras estrangeiras (EUA) para desviar a atenção de um inimigo interno. Simples! Encontre (ou invente, tanto faz) um inimigo externo que as pessoas esquecem do interno. Agora o troco, ou seja, devolver a atenção mundial para o "país do futuro", vai vir de outro país e numa reportagem pessimista (e real) sobre o Brasil, economia, política e algo mais.

- A revista é a The Economist. E se preferir pode assistir aqui o vídeo com comentários de Michael Reid e Helen Joyce aqui. Começam falando sobre como o Brasil decolava alguns anos atrás e agora parece que desperdiçou o momento.

- No texto da Folha de São Paulo, a reportagem dos gringos ficou bem mastigada resumida. Entitulada como então o Brasil estragou tudo?

- Outros noticiários falam que o país "se perdeu" ou "teve um voo de galinha" porque o phrasal verb blow out que está na revista não tem tradução descente em português. É possível entender a ideia se você olhar a capa da revista. É o movimento de um balão cheio, que não foi fechado direito, faz ao se esvaziar numa tragetória aleatória no ar. Murchando e caindo numa cena dramática.


The Economist novembro de 2009 e outubro de 2013

[[Abre colchetes... um comentário de dezaini sobre a arte da capa.
Já falei que americanos não sabem nada de outros países e isso inclue o Brasil. Então vi a que Inglaterra também não, pois capa de 1999 e tive vontade de comprar a última só para ter a trilogia em casa.

The Economist de Janeiro de 1999

Também vou confessar que me senti dentro da reunião de fechamento dessa última edição.

O gerente fala:  _Boss, I have no idea what cover we should do on the next issue...
Diretor inspira: _Is it about Brazil? What about Rio?
Ilustrador finaliza: _Why we don't use the "big statue"?
E todos juntos, sorrindo: _Great idea. Let's do it!

Voltando ao que interessa, fecha colchetes]]

Outras reportagens sobre o Brasil foram estas ai.

- Um cartoon bem humorado do Kal sobre a Dilma pedindo para desligarem as escutas, mas só depois dela terminar de ler as datas disponíveis para a próxima viagem. Ainda zoa com o fato de não haver a mínima condição para uma autonomia no setor virtual em menos de... muitos anos, muitos dinheiros, muito trabalho, etc.

Legal mesmo é a Dilma falando com a flor. Cartoon do Kal, clique para beber da fonte.

- Conteúdo do New York Times onde Oliver Stuenkel (assistente de um professor da GV) fala sobre quem tem mais a perder nessa situação inconveniente de espionagem. Ele explica em detalhes porque os Estados Unidos tem mais a perder, a curto prazo. Um provável cancelamento da venda de aviões para defesa e perda de negociações em outros setores como energia e telecomunicações. Até arrisca um palpite sobre uma possível influência da presidenta na atitude de outros países como México. Ele soou muito patriota e um tanto otimista, mas cauteloso, afinal é brasileiro. Sabe do que não somos capazes.

A longo prazo me parece que só o povo brasileiro perde, pelo motivo psicológico citado lá em cima. Desviaram o foco do que era importante, as reformas internas que o Braziu-ziu precisa fazer.  Também pelo motivo filosófico abaixo.


- Num jornal chamado Miami Herald onde Carlos Alberto Montaner faz uma análise linear e simples sob o título por que espionamos o Brasil? Pura causalidade explicada pelas opções que a pátria amada idolatrada salve, saaaalve faz ao se aliar a países ou pessoas inimigas dos Estados Unidos. Exemplos: governos ditatorias da Venezuela, Síria e Líbia. Não acha suficiente? Diz que tem um tal investimento brasileiro de 1 bilhão de dólares num porto perto de Havana, Cuba. Sem contar a permissividade com a corrupção e a droga (boliviana) que passa pelo território brasileiro  (e fica também).

Ou seja, o Brasil, além de ser uma terra onde suborno é virtude, é um país que só tem amigo bacana (#sarcasmo). É quase um adolescente indisciplinado que anda com os drogados da escola e acha um absurdo estar na mira da inspetora. 

Ah, fala sério... e volta pra aula de filosofia!




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Isabela: designer, estudou psicologia clínica, especialista em tecidos automotivos, trabalha inclusive com análise de tendências de design e comportamento humano. Está morando fora do país, por isso tem coisas interessantes para compartilhar.

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