Por Elisabeth Santos
Hoje será o dia especial da “sobrinhada” comparecer ao
atelier de artesanato dos tios, tios avós, e dos avós corujas legítimos,
postiços e recém-ingressados na família que já triplicou de tamanho. Ufa!
Nada mal para um início de ano que teve réveillon na
sala de jantar do Solar Carvalho com presença de sessenta familiares, sendo o
mais novo com oito e o mais velho com oitenta anos de idade.
Começamos o dia com a adequação do ambiente para quem
viesse participar do aprendizado e da confecção de objetos artesanais. Valerão
as técnicas repassadas pelos membros mais velhos do grupo, mais as novidades
sugeridas, e ainda o que for surgindo no momento de pensamento criativo livre.
Será um “vale tudo” de trocas de ideias, técnicas inovadoras, invenciones,
gambiarras e quebra-galhos que se fizerem necessárias no momento de confecção.
A turma foi chegando, vestindo as camisetas velhas por
cima de suas roupas, escolhendo ferramentas, pondo as mãos de obra nas massas,
que podiam ser: folhas de madeira ou de papel; pedaços de fitas, barbantes ou tecidos;
argila, telas, tintas e pincéis em profusão; sucatas à vontade e a perder de
vista...
À medida que aqueles artesãos davam uma peça como
terminada, muitas outras surgiam acrescidas de plumas e paetês fazendo a
diferença.
E assim chegou a hora do rancho ou do lanche indo
todos de mãos lavadas para a copa/cozinha sovando outro tipo de massa, a
comestível depois de assada. Pãezinhos, bolos, biscoitos e bolachinhas cobertas
de suspiro; coando café, limonada, laranjada, e vitamina de banana com aveia e
mel; fritando bolinhas de queijo para rechear os salgados. Não houve quem não
participasse quando a pia ia ficando cheia de “trem para lavar”. Até o pano de
prato passou de mão em mão!
_ Barriga cheia, pé na areia?
_ Quem disse Elenice?
A exposição saiu sim! Vieram compadres, comadres,
padrinhos e vizinhas para ver! Eram duas estantes de três prateleiras cada,
mais uma mesinha, e parede repletas de criatividade!
Em destaque um painel de meios limões e suas cascas
simulando rosas.
E lá se foi uma tarde de família unida que jamais será
vencida! Outras férias virão com os tradicionais: festival do picolé;
campeonato de pingue pongue, pebolim, vôlei e pelada; jogos de tabuleiros, de
cartas, e até Bingo quando todos colaboram com as prendas e ainda revezam na
tarefa de cantar as pedras sem “marmelada”.
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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".
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