julho 27, 2018

Capítulo da Capital

Por Elisabeth Santos

Escolher um assunto para focar a capital do Brasil numa crônica dá muito trabalho, pois a variedade é grande, há quem pense ser nossa capital tudo de ruim porque só enxerga a corrupção, mas não é bem assim...

Brasília é uma cidade com ótimas condições de vida, chances de estudos, oportunidades de trabalho, entretenimentos, esportes, gastronomia etc.

O plano piloto é só sexagenário, e representa o que há de mais tradicional! O restante dos grupos habitacionais denominados cidades satélites, são repletos de novidades e também de gente nova. O pós- moderno predomina, e a consciência ecológica salta aos olhos de quem chega de outros pontos do Brasil.

 As vastas áreas verdes distribuídas no Distrito Federal estão bem cuidadas e tem como atender o desejo das famílias brasilienses de proximidade com a natureza, ar puro, e de juntarem-se a outros grupos afins. Por ser planalto, a paisagem se estende a perder de vista. Chega-se a ver como curtas, as longas distâncias de um ponto a outro.

Visitei amigos em Águas Claras e encantei-me! Não só pelo planejamento urbano da cidade, ou do bairro, ou ainda Região Administrativa do D.F. desde oito de abril de mil novecentos e noventa e dois.


Tive oportunidade de experimentar metrôs que me conduziram de norte a sul a todos os lugares que quis, ou precisei ir: aeroporto, terminal rodoviário, shopping, feira e plano piloto da capital de meu país. Constatei que Águas Claras oferece segurança aos seus moradores, possibilidades de novas amizades no parque, praças, e áreas de lazer dos prédios. Sim, diferente de Brasília propriamente dita, os prédios podem ter mais de dez andares, com porteiros físico e eletrônico, hall de entrada espaçoso, esquinas facilitando convívio saudável de vizinhanças.

A maioria de seus habitantes pratica a consciência ecológica separando seu lixo, evitando sujar as vias públicas, o córrego, mantendo hortas comunitárias que produzem sem agrotóxicos.

Até espaço para os cachorros se exercitarem diante do olhar atento dos donos existe no parque reserva que protege nascentes!

Em Águas Claras não faltam opções de alimentação pronta com características de outros estados brasileiros, predominando a deliciosa cozinha goiana, com toques nordestinos. São pratos variados, com ingredientes bem conhecidos nossos, acompanhados de água de coco fresquinha.

A população brasiliense é gente boa! Isto é o que nos interessa e devolve a esperança de uma mudança de mentalidade que venha “de baixo para cima” buscando valores perdidos.
Vi e gostei:

Bem próximo à entrada do prédio no qual fiquei, um freezer horizontal cheinho de picolés, e a tabuleta informando: Por apenas dois reais você escolhe o sabor preferido e deixa o dinheiro na caixinha. Se, preciso for, faça você mesmo seu troco.

É um bom começo!



Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".

          

julho 20, 2018

Dia de feijoada


Por Elisabeth Santos


Tadinho do porco...

Acho que as feijoadas mais gostosas são as bem feitas com a morte do porco. Nada de embutidos sofisticados, feitos à moda de países do velho mundo.

“Mundo, mundo, vasto mundo: se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria uma solução (Drummond)”. Pelo menos para a feijoada que aprecio!

Primeiro aparece o matador e preparador oficial do porco de engorda que está no chiqueiro. Este sim vai dar ótimos embutidos, torresmo e carne nobre para ser apurada e depois mantida na banha. As orelhas, língua, pés e rabinho serão aferventados e conservados no freezer até o dia “D”.

À véspera do tão aguardado almoço especial com familiares, amigos, colegas de serviço, compadres e vizinhos, escolhe-se o leitão para completar as carnes da feijoada que há de ter carnes frescas. Às porções que ficaram no freezer, serão juntadas suas semelhantes para se cozer em panela de pressão.

O feijão em quantidade adequada deve ser preto, mas como feijão é feijão, pode ser usado aquele da última colheita local.

Idem, idem o arroz branco que deverá acompanhar o prato principal: Arroz cateto, integral, parboilizado ou não acompanharão muito bem minha feijoada.

No sábado dessa tal feijoada, aí sim: apanha-se a couve verdinha no canteiro da horta que fica atrás da casa, pertinho da porta da cozinha. Bem de jeito estão também, pimenta, salsa e cebolinha.

Limão para o preparo da caipirinha e da limonada das crianças; laranja pra ‘cascá, retirar a pele branca sem feri-la, e servir fatiada nas travessas; muito caldo do feijão já refogado e temperado para, em separado, ser acrescido de pimenta malagueta só para os autênticos apreciadores de um molho picante.

Farinha torrada, ou farofa mexida na hora, enfeitada com pedacinhos da linguiça do fumeiro.

Agora sim! Só quem provou sabe como tudo isto é bom principalmente num dia de temperatura amena ou fria...

Um enorme caldeirão com as carnes previamente fritas ou cozidas, misturadas ao feijão borbulhante, espalha o aroma convidativo.

Desconfia-se que vai aparecer mais gente do que o previsto...

Almoço cuja sobremesa é uma rede na varanda, e a rebatida é uma pilha de pratos pra lavar, enxugar, guardar, até a próxima chamada geral:

_ Vai ter feijoada no quintal do Sontonho!



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".   

julho 18, 2018

Sanduíche sem glúten do Chick-fil-A

Veio aos Estados Unidos para uma viagem econômica?

Quer manter a dieta sem glúten?

Quer comer com os colegas como se fosse uma pessoa normal?

Isso tudo sem gastar muito dinheiro?

Veja umas fotos da opção sem glúten do restaurante fast food queridinho dos americanos, o Chick-fil-A. (pronuncia tik-fi-lei)

Sanduíche de frango

Esse tipo de pão é chamado bun e vem dentro de um saco plástico separado do restante do produto.

Na outra embalagem você recebe o recheio que neste caso foi o tomate, o alface e o frango grelhado; sem queijo.

Um bilhete amigável avisa que o sanduíche grelhado é servido com pão sem grãos, mas que a cozinha não é livre de glútem porque alguns ítens que eles usam no preparo de outros alimentos contêm glúten.

 


Conclusão:

É delicioso? Não, ele é bonzinho.

Mas afinal, ele cumpre o prometido? Financeiramente, sim; socialmente, sim; saudável, mais ou menos - depende muito do problema de saúde que você tem.

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Até a próxima viagem.

julho 13, 2018

Turista em Lambari MG

Por Elisabeth Santos


Águas virtuosas, Lambarizinho, Lambari...

Água mineral natural e gasosa com propriedades curativas de muitos males.

Água apreciadíssima pelos de casa, por turistas, por pessoas do país inteiro, pois engarrafada na fonte, é a mesma do parque local.

O Sul de Minas tem o belo Circuito das Águas que nada fica a dever aos existentes em outros continentes. As águas de Lambari qualificadas e nomeadas de: sulfurosa, férrea, picante, magnesiana, são todas virtuosas em tratamentos da saúde.

E a cidade, cercada de montanhas é bonita e acolhedora.

O que deixa o turista intrigado é a belíssima arquitetura de um prédio à beira do lago. Seguindo moldes de castelo alemão antigo, espelha-se na água de qualquer ponto da margem, tanto de dia quanto iluminado, na escuridão da noite Fora construído para abrigar um cassino, ao que parece jamais abrigou.

Idealizado por uma equipe de muito bom gosto, com dinheiro sobrando para um investimento de alto nível, se teve clientela algum dia... “ninguém sabe ninguém viu”. Numa época de jogo permitido o cassino recebeu suas mesas sob encomenda, do exterior, assim como todos os móveis, espelhos e objetos decorativos. Artesãos e artistas vieram de fora do país para os entalhes e fino acabamento de teto, portais e janelas. Dizem que tudo está lá dentro até os dias de hoje...

Muita gente gostaria de visitar as dependências do Cassino do Lago, nem que fosse só uma espiadinha de constatação, matando uma curiosidade bem humana, mas as portas estão fechadas. Quem faz a limpeza e manutenção não poderia fotografar? Pelo menos dissipar a dúvida atroz: _ É ou não assombrado?

Enquanto isto ciclistas, esportistas, exercitam ao seu redor margeando o lago que tem barragem encachoeirada de rara beleza; famílias fazem pique nique por ali; pescadores de fim de semana buscam o complemento da cervejinha; turistas passeiam e fotografam...
Há também quem fique matutando sobre o mistério do Cassino da cidade de Lambari, no sul das Gerais, Brasil, América Latina, planeta Terra.

_ No mínimo, um grande investimento sem retorno!   

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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".     

julho 06, 2018

Nosso casarão


Por Elisabeth Santos


Em 1948 chegaram de Aracaju a Campanha, sul de Minas, Milton, Margarida e nove filhos. Alugaram esse casarão onde residiram, tiveram e criaram mais seis filhas. A casa não era nova, conservava no porão umas peças de ferro usadas para manter presos negros escravizados.

Logo de chegada ao interior do estado, os meninos mais velhos da família recolheram esses objetos e doaram ao museu local.

Lá existe até hoje boa quantidade de coisas desse tipo, e visitantes sensíveis nem visitam o setor “tempo da escravidão” por não se sentirem bem. Outros passam rapidamente. Crianças olham curiosas e perguntam que parte do corpo esses ferrolhos prendiam: Pescoço, punhos, canelas?

Nosso casarão passou a ser nosso, com escritura e planta baixa registrada no final dos anos cinquenta, e aí sim pode ser reformado para comportar a família, a babá, além de outros serviçais esporádicos, muitos parentes, amigos, conhecidos e mendigos. Observem bem na porta de entrada um coraçãozinho com os dizeres “Assistência aos Pobres”. Aquela plaquinha ali era levada a sério.

Nessa reforma a casa ganhou mais dois banheiros, dois quartos, lavanderia no porão, e o depósito de água com bomba elétrica para suprir duas caixas, e ainda reservar.

Posteriormente o fogão de lenha foi substituído pelo fogão a gás, e chuveiros que ainda tinham água aquecida na serpentina, foram trocados por elétricos.

Embora já tivéssemos ganho do Tarcísio um moderníssimo fogão de cinco bocas e dois fornos... não achávamos cozinheira que quisesse aprender, e perder o medo de manejá-lo.

Mamãe não dispunha de tempo para tal, pois trabalhava no Correio com o papai. Se me perguntam hoje como é que ela dava conta de todos seus afazeres de dona de casa, esposa de executivo que viajava bastante, mãe de quinze filhos, e todos os demais compromissos sociais, religiosos, culturais etc. eu responderia:

_ Com serenidade, ciente de estar cumprindo sua missão na Terra.

Enquanto criança foi marcante para nós, as seis campanhenses, as brincadeiras e jogos no quintal. Na adolescência tivemos uma quadra de vôlei que permanece, e a mudança da “eterna” mesa de pingue pongue transportada para o “rancho” que permitia recebermos amigos e amigas a formar equipes e times.

Essa casa foi muito importante para todos nós da família: dos Marques e dos Carvalhos, e de outros sobrenomes que se foram juntando em uniões matrimoniais, e gerando descendência até os dias atuais.



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Elisabeth Carvalho Santos desde alfabetizada lê tudo que aparece à sua volta. Depois de aposentada professora (não de Português) resolveu escrever. Colabora com o jornalzinho da família, participa de concurso cultural e coleciona seus textos para publicar oportunamente. Os assuntos brotam de suas observações, das conversas com amigos e são temperados com pitadas de imaginação e bom humor. Costuma afirmar que "escrever é um trabalho prazeroso e/ou um lazer trabalhoso que todo alfabetizado deveria experimentar algum dia".